Cientistas da Nasa detectaram suposta evidência de universo paralelo onde o tempo retrocede?

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Cientistas da Nasa detectaram suposta evidência de universo paralelo onde o tempo retrocede?

Partículas estranhas observadas por um experimento na Antártica podem ser evidências de uma realidade alternativa em que as leis da física funcionam de maneira contrária?

Em um cenário que parece ter saído de um seriado de ficção científica como The Twilight Zone, um grupo de cientistas da Nasa detectaram supostas evidências da existência de um universo paralelo, em que as regras da física são opostas às nossas. Esse 'mundo invertido' foi descoberto durante um experimento realizado na Antártica.

Usando a Antena Impulsiva Transiente da Antártica (Anita), da Nasa, os especialistas tinham a intenção de detectar o constante "vento" de partículas de alta energia vindas do espaço. O ar frio e seco do local oferecia o ambiente perfeito para que não houvessem distorções na captação desse fenômeno.

Devido à baixa energia e massa próxima a zero, os neutrinos subatômicos podem passar completamente pela Terra. No entanto, uma variante de alta energia é interrompida pela matéria sólida do nosso planeta.

Isso significa que elas só podem vir do espaço, já que, se estivessem por aqui, seriam barradas pelos elementos sólidos presentes. Porém, o que chocou os especialistas foi que detectaram um ruído vindo da Terra. Ao analisarem os dados, encontraram neutrino de alta energia saindo do chão.

Viagem no tempo


A descoberta implica que essas partículas podem estar realmente viajando para trás no tempo, sugerindo evidências de um universo paralelo, em que as leis da física funcionam de forma contrária às nossas.

Peter Gorham, físico experimental de partículas da Universidade do Havaí e um dos principais pesquisadores por trás do projeto Anita, sugeriu que a única maneira do neutrino de alta energia se comportar dessa maneira é se ele se transformasse em um tipo diferente de partícula antes de passar pela Terra.

Ao descrever o fenômeno, o especialista disse que alguns colegas que presenciaram o acontecido ainda estavam céticos, mas que ficaram intrigados com a descoberta. De acordo com ele, a explicação mais simples para o acontecido é que, no momento do Big Bang, expansão que deu origem a tudo, dois universos foram formados: o nosso e um que, da nossa perspectiva, apresenta regras opostas da física.

Porém, pelo menos por enquanto, não há como ter certeza de que há um universo paralelo coexistindo com o nosso.

O que realmente foi descoberto?

O principal investigador de um projeto financiado pela NASA de detecção de neutrinos nega as informações veiculadas em algumas mídias, mas confirma alguns dados surpreendentes da pesquisa.

Como podem ver na matéria sensacionalista acima, várias mídias e redes sociais relataram recentemente que a NASA supostamente teria descoberto um universo paralelo na Antártica, no qual o tempo se move para atrás.

A verdade, porém, é que esta interpretação dos fatos suscitou diversas dúvidas nos meios científicos, segundo informa o portal Science Alert.

Tudo começou quando a respeitada revista New Scientist publicou um artigo em 8 de abril apontando para alguns resultados anômalos de experimentos de detecção de neutrinos na Antártica e que isso reforçaria as teorias cosmológicas segundo as quais existe um universo de antimatéria que se estenderia para trás a partir do Big Bang.

"Parece que, para esta versão tabloide da ciência, uma especulativa teoria física remotamente plausível, foi amplificada por razões sensacionalistas", observou ao portal Science Alert o físico Peter Gorham, especialista em partículas experimentais da Universidade do Havaí e principal investigador do projeto ANITA.

Parcialmente financiado pela NASA, o projeto ANITA utiliza um balão gigante que voa sobre o continente antártico apontando suas antenas de rádio para o solo.

Desta forma, detectou alguns fenômenos do que pareciam ser partículas subatômicas de alta energia, conhecidas como neutrinos, atravessando a Terra.

Neutrinos são partículas subatômicas sem carga elétrica que interagem com outras partículas apenas por meio da gravidade e da força nuclear, sendo capazes de penetrar quase tudo sem interagir com a matéria, o que as torna extremamente difíceis de detectar.

Mas, se produzidos por poderosos objetos espaciais, os neutrinos podem obter uma energia tão alta que intensifica sua capacidade de interagir com a matéria.

A antena Antarctic Impulsive Transient Antenna (ANITA, na sigla em inglês) detecta sinais de chuvas de partículas secundárias, produzidas por neutrinos de alta energia que colidem com a camada de gelo do continente gelado, e que supostamente vêm do espaço profundo.

O estranho é que os neutrinos recentemente identificados vêm não do espaço profundo mas sim das entranhas de nosso planeta, onde deveriam ter colidido com algo mais antes de iniciar sua jornada pelas camadas geológicas.

Os físicos envolvidos no projeto tentaram entender se essas anomalias poderiam ser explicadas pelos modelos padrão da física, ou se teriam algo a ver com a configuração do experimento, ou então se tinha acontecido algo de verdadeiramente estranho.

Foi esta última possibilidade que alimentou as especulações sobre a existência de um universo paralelo antimatéria que se estenderia para trás a partir do Big Bang.

"Encontramos um pequeno número de anomalias em nossos dados, e só uma vez esgotadas todas as explicações possíveis dentro do Modelo Padrão da Física, será hora de equacionar outras hipóteses para além desses limites. Mas ainda não chegamos lá, muito menos ao ponto em que poderiam existir universos paralelos", garantiu Gorham ao Science Portal.

Fonte: Sputnik

Nenhum comentário: