Ontem foi comemorado o "Dia do Folclore", conheça as verdadeiras origens e características dos personagens do folclore brasileiro as vezes infantilizados em obras como Sítio do Picapau Amarelo e outras obras infantis:
Saci-Pererê:
Em 1917 o Saci não era só travesso. Ele tinha chamas na cabeça, dentes pontudos pra sugar sangue dos cavalos, e atacava as pessoas com porretadas ou cócegas até a morte. A criatura negra de uma perna só é uma entidade zombeteira que costuma andar por florestas e fazendas criando confusão, assustando viajantes e aprontando outras traquinagens. Os primeiros registros sobre ele são do século 19. Um personagem similar - que às vezes era visível, outras vezes invisível - aparece também no folclore português.
Cuca:
A Cuca de verdade não é aquela jacaré trapalhona do Sitio do Picapau Amarelo.
Originalmente ela é uma bruxa assustadora que captura as crianças e as leva em um saco para depois se transformar em Jacaré e as devorar vivas.
Curupira:
Assim como o Saci, o Curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um duende de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue, tortura e mata todos que desrespeitam a natureza.
Boitatá:
Em 1560, o padre José de Anchieta também escreveu sobre esse "fantasma" que perseguia os índios. O boitatá era uma alma penada na forma de uma imensa serpente de fogo que punia com a morte quem destruísse as florestas. Esse é um mito comum a outros países, como França e Alemanha, pois corresponde ao fenômeno do fogo-fátuo - chama que emana do solo graças à combustão espontânea de alguns gases
Mula sem Cabeça:
Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.
Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.
Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.
Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre.
Negrinho do Pastoreio:
Essa é a única história que continua sem censura até hoje. A história do pequeno escravo é repleta de tortura, crueldade e puro sofrimento. O Negrinho sofre muito depois de perder um cavalo do seu dono. Ele é chicoteado, depois amarrado todo ensanguentado e com mel no corpo em cima de um formigueiro para ser devorado pelas formigas até morrer.
Curiosidade:
Devido a enorme diversidade cultural do Brasil o folclore brasileiro é considerado o folclore mais rico do mundo. Quando alguém dizer que é bobo e infantil comparado ao folclore de outros países ou aos filmes de terror recentes mostre para ele o verdadeiro folclore nacional.