Dica de filme: O Que Fazemos Nas Sombras

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Dica de filme: O Que Fazemos Nas Sombras



Sinopse

Seja bem-vindo à casa de O Grande Vampiro. Protegidos por crucifixos, um grupo de cineastas entra com suas câmeras para registrar a intimidade de quatro imortais que compartilham o lar em um subúrbio da Nova Zelândia. Enquanto eles lidam com os conflitos naturais da convivência, como quem lava os pratos ou o cuidado para não estragar os móveis com o sangue das vítimas, eles tentam se manter atualizados tanto com a vida moderna como com todo o século passado.




Ficha Técnica

Título Original: What We Do in the Shadows
País de Origem: Nova Zelândia
Direção: Jemaine Clement, Taika Waititi
Roteiro: Jemaine Clement, Taika Waititi
Elenco: Jemaine Clement, Taika Waititi, Jonny Brugh, Cori Gonzalez-Macuer, Stu Rutherford, Ben Fransham, Jackie van Beek, Elena Stejko, Jason Hoyte, Karen O’Leary, Mike Minogue, Chelsie Preston Crayford, Ian Harcourt
Duração: 86 min
Ano: 2014
Gênero: Comédia
Classificação Indicativa: 16 anos


Curiosidades

- Os bares e boates em que o vampiros vão, no filme, são lugares reais em Wellington, capital da Nova Zelândia;

- O diretor Neo-Zelandês Taika Waititi foi chamado para dirigir Thor 3: Ragnarok;

- Custou apenas US$ 128 mil, valor considerado muito baixo para uma produção cinematográfica;

- Indicado a Melhor Filme na Mostra Generation 14 Plus do Festival de Berlim 2014;

- No Brasil foi exibido no Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre (Fantaspoa);

- Não chegou aos cinemas nacionais, porém no Brasil o filme está disponível para ser assistido na Netflix e no Youtube.


Crítica


Modern Family dos Vampiros


O falso documentário é um estilo que surgiu nos anos 90 com o intuito de fazer filmes de terror mais imersivos. A Bruxa de Blair é um exemplo clássico deste subgênero, e a partir dela surgiram diversos outros filmes de terror que trabalhavam com este formato com sucesso e outros com desgaste. Entretanto temos também a comédia se apropriou desta ideia com ótimos exemplos no mundo dos seriados, como Modern Family.

Agora imagine estar assistindo Modern Family, só que substitua a família humana por um grupo de vampiros amigos que convivem juntos em uma casa na capital da Nova Zelândia. Uma receita curiosa que resultou nessa divertida comédia de humor negro.

Durante a projeção conhecemos as dificuldades que os sugadores de sangue encontram para se alimentar, mas principalmente para se manterem atualizados com a tecnologia e com as tendências de moda da atualidade. Eles são basicamente os estereótipos vampirescos já vistos no cinema. Viago (379 anos) é uma espécie de guia para a equipe de filmagem e serve como norte para o roteiro, pelo menos na primeira parte do filme, porque depois as entrevistas nos familiarizam com os outros vampiros e temos várias cenas deles se divertindo à noite, procurando um bom pescoço para sugar. Viago possui forte inspiração no Louis de Brad Pitt em Entrevista com o Vampiro, e essa inspiração se torna ainda melhor quando vemos interagir com outros vampiros, como Petyr (8000 anos) que é inspirado no Conde Orlok, de Nosferatu (1922); Vladislav (862 anos), que é inspirado no Drácula de Gary Oldman em Drácula de Bram Stocker (1992); Deacon (183 anos), que é inspirado no Drácula de Bela Lugosi do já citado Drácula de 1931; e Nick (recém-transformado), que é um reminiscente [de fato vampiresco] do Edward, de Crepúsculo (2008).

O estilo falso documentário colabora muito para que tudo fique o mais natural e realista possível, as caracterizações também são ótimas e a direção de arte é fantástica, os cenários são muito bem detalhados e apresentam uma riqueza de detalhes incrível, tudo é muito poeirento, passando a ideia de que já faz um bom tempo em que os vampiros convivem juntos no local, de ponto negativo temos os efeitos especiais, por esta ser uma obra de baixo orçamento eles soam pouco convincentes.

O filme também mostra a convivência dos vampiros com outras criaturas como lobisomens, bruxas e zumbis. Porém não pense que é apenas comédia para morrer de rir, o filme também apresenta ótimas reflexões ao mesmo tempo em que brinca com os clichês dos filmes de terror e ainda aproveita para tirar muito sarro com as lições de moral típica dos reality shows americanos.


OBS: Existe uma imperdível cena que ironiza o próprio filme após o término dos créditos finais!

Cotação: **** (ótimo)



Trailer



Bônus

Ouça uma das divertidas músicas da trilha do filme:

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