Conheça Vade Retro, série de comédia da Globo que brinca com o terror

Protagonizada por Tony Ramos e Monica Iozz, série cômica é dos mesmos criadores de "Os Normais".

Com uma mistura de cores, imagens um tanto sinistras e misteriosas e um tom de humor, a abertura de Vade Retro se inspirou nos anos 70 e encantou o público no primeiro episódio da nova série da Globo, que estreou na última quinta-feira, 20/4.

Tony Ramos é Abel Zebu, um empresário de ética pra lá de duvidosa. Além de negócios cheios de tramoias, ele ganha a vida fazendo palestras motivacionais, disputadas por personalidades importantes. “Ele tem um humor, ou um mau humor, que o torna engraçado. As palestras dele são de um cinismo só. Dá para ver o veneno escorrendo pela boca dele”, diverte-se Tony Ramos.

Escrita por Fernanda Young e Alexandre Machado - os mesmos criadores de Os Normais- e com direção de Mauro Mendonça Filho, Vade Retro vai brincar com as definições estritas de bem e mal. “Os personagens possuem características definidas, mas o Abel Zebu tem a sua sensibilidade, e a Celeste, apesar de bastante inocente, pode dar as suas cutucadas vez ou outra”, explica Fernanda.

A história começa com Abel Zebu decidido a se separar da mulher, Lucy Ferguson (Maria Luisa Mendonça). Ele procura uma advogada para assumir o seu lado no processo, que não será amigável. É aí que encontra Celeste (Moniza Iozzi). Responsável por um escritório praticamente falido, a doce e ingênua advogada se encanta com a conversa do malandro. “Ela tem uma vida sem sal nem açúcar. De repente, aparece na frente dela um sujeito assertivo e sedutor. No começo, ela fica com medo do Zebu. Mas ele, com sua lábia, consegue trazê-la para o seu lado”, conta Monica.

Sem clientes, com um namoro morno com Davi (Juliano Cazarré) e às voltas com a a mãe, Leda (Cecília Homem de Mello), Celeste será presa fácil. “Ela está em um momento em que nada dá certo em sua vida. Aí, chega um cara com a presença do Abel Zebu. Junte isso com a ingenuidade natural dela e você terá uma relação bem maluca”, avalia a atriz. Além de estar encantado com a beleza da moça, Zebu vê em Celeste como uma pessoa perfeita para ser laranja em seus empreendimentos.

“Vade Retro”, que terá ao todo 12 episódios exibidos sempre às quintas-feiras, após a novela das 21h.

Brincadeiras com os filmes de terror

A própria Celeste alerta, na série, para o fato de Damien ser o nome do filho do demônio no filme “A Profecia” (2006). Carrie também é uma referência, de “Carrie, a Estranha” (1977). O que não faltam são pequenas brincadeiras com filmes de terror, começando pelo método de filmar, o “one-point perspective”, em que um objeto ou personagem é colocado no centro da imagem, técnica imortalizada por Stanley Kubrick. “É legal brincar com referências”, diz Mendonça Filho, que destaca que a trama está mais para comédia do que para terror. “Tentamos achar uma estética para mostrar que é comédia.”

Além da obra de Kubrick e outros clássicos do terror, o diretor se diz também inspirado por quadrinhos. Na série, São Paulo será vista como a Gotham City das histórias do Batman, “um lugar que a gente acha que é Nova York, mas não é”, segundo o diretor.

“Vade Retro”, que terá ao todo 12 episódios exibidos sempre às quintas-feiras, após a novela das 21h, vai também passar por questões religiosas. Tudo, porém, com respeito, segundo Fernanda Young. “A comédia é um recurso bem-vindo para refletir sobre questões que devem ser pensadas, e o humor tem que ser leve”, afirma. “Em momento algum desrespeitamos nada, não é a nossa intenção. Somos iconoclastas, mas extremamente bem-educados.”

Gravada em São Paulo no final do ano passado, a série terá segunda temporada, prevista para 2018.