Maureen (Kristen Stewart) é uma jovem americana que mora em Paris e trabalha como "personal shopper" para uma celebridade local. Ao mesmo tempo ela espera um sinal da outra vida de seu falecido irmão gêmeo.
Ficha Técnica
Título Original: Personal Shopper
Gênero: Terror, Suspense e Drama
Direção: Olivier Assayas
Elenco: Kristen Stewart, Lars Eidinger, Sigrid Bouaziz
Nacionalidade: França
Duração: 110 min
Ano: 2016
Estreia no Brasil: 13 de março/2017 nos cinemas
Classificação Indicativa: 14 anos
- No Festival de Cannes Personal Shopper foi coroado pelo júri com o prêmio de Melhor Diretor para Olivier Assayas.
- Assayas já trabalhou junto com Kristen Stewart em Acima das Nuvens (2014), pelo qual ela ganhou o troféu César (o Oscar da França) de Melhor Atriz Coadjuvante.
- A equipe realizou gravações em Paris, mas partiu para Praga dois dias antes do atentado na cidade francesa. Todos ficaram chocados e preocupados com parentes e amigos que viviam na região.
- Primeiro filme da 69ª edição do Festival de Cannes a ser vaiado por alguns críticos, dividindo opiniões no festival.
Crítica
Atividade Paranormal à la francesa
É compreensível que Personal Shopper tenha sido vaiado pelo plateia em Cannes, não que o filme seja ruim, muito pelo contrário, a obra é ótima, o que acontece é que o cinema francês é muito diferente dos filmes americanos que a maioria do público está acostumada a assistir, com um ritmo mais lento, as histórias não se resumem a um começo, um meio e um fim, os filmes franceses costumam ser como divagações sem linearidade precisa e que buscam causar reflexões em quem os assiste, resumindo: a maioria deles não tem a menor preocupação em agradar o senso comum. E tudo isso fica claro em Personal Shopper.
A vida vazia e chata da protagonista (ótima atuação de Kristen Stewart ), fica evidente na maior parte do tempo do filme, sua maior preocupação é escolher roupas para uma celebridade que faz apenas pequenas aparições nos filmes, ao mesmo tempo em que detesta seu trabalho, tenta entrar em contato com o irmão falecido. De modo a ficar evidente a sua necessidade em precisar do sobrenatural para conseguir viver. Ao mesmo tempo em que trabalha com moda de alto luxo, Maureen se veste de forma simples e desleixada, achando vazia a superficialidade que a cerca e consequentemente detestando seu emprego e se sentindo presa no materialismo, querendo uma liberdade que nunca consegue alcançar.
O enquadramento do diretor Olivier Assayas é perfeito, as cenas são muito assustadoras, o filme é perfeito na técnica de assombrar, embora esse não seja simplesmente o foco da obra, é impossível não comparar com os filmes da franquia Atividade Paranormal, cheguei a pensar: "Atividade Paranormal seria assim se fosse um filme francês". Também é possível notar referências a filmes de terror clássicos como O Iluminado, porém sem perder a originalidade ao mesmo tempo em que brinca com os clichês dos filmes de terror, em uma das muitas cenas em que me chamou a atenção a protagonista é atormentada por mensagem de celular e o desconhecido do outro lado pergunta para Maureen sobre seus medos e ela diz: "filmes de terror, pois as mocinhas são sempre as vítimas".
Podemos definir o filme como uma obra sombria, introspectiva, altamente reflexiva, provocativa e única na sétima arte, eu pelo menos nunca vi nada igual. Em seu final o filme provoca ainda mais os telespectadores brincando com suas crenças no sobrenatural. Causou até risos a esperada resposta enfurecida da plateia através das vaias.
Cotação: **** (ótimo)
Trailer
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