Sinopse
Ao testar uma máquina de teletransporte, o cientista Seth Brundle comete um erro com consequências devastadoras.
Ficha Técnica
Título original: The Fly
Nacionalidade: Canadá, Estados Unidos e Reino Unido.
Ano: 1986.
Gênero: Romance, Terror, Ficção Científica e Drama
Direção: David Cronenberg.
Roteiro: Charles Edward Pogue e David Cronenbeg, baseado no argumento de George Langelaan.
Elenco: Jeff Goldblum, Geena Davis, John Getz, Leslie Carlson, Michael Copeman, David Cronenberg, George Chuvalo, Carol Lazare.
Duração: 96 min.
Classificação Indicativa: 14 anos
Curiosidades
– O filme foi lançado em 15 de agosto de 1986 e teve orçamento de 15 milhões de dólares
– Ele arrecadou 60,6 milhões de dólares em bilheterias ao redor do mundo.
– Fizeram uma péssima continuação em 1989 chamada “A Mosca 2″(The Fly II), onde o enredo se baseava na história do filho de Seth Brundle, que tinha características físicas e intelectuais acima do normal e era explorado por um grupo de cientistas.
– Cronenberg é considerado um dos melhores diretores do gênero “Terror” do cinema e um dos poucos que consegue aterrorizar de verdade. No Filme ele faz uma ponta, como um Ginecologista.
– Em “A Mosca 2” foi mantido apenas um ator que atuou no primeiro filme, John Getz, interpretando o mesmo Stathis Borans.
– Sem dúvida foi a melhor atuação que Jeff Goldblum fez em sua carreira.
– A maquiagem do personagem de Jeff Goldblum levava cerva de cinco horas para ficar pronta.
– Foram várias cenas deletadas que não entraram na versão final do filme. Entre elas, está um teleporte feito pelo personagem Seth Brundle com um babuíno e um gato juntos, resultando em uma criatura híbrida ao término da operação. A outra seria um final alternativo, onde Verônica tem outro sonho com seu bebê, desta vez com belas asas de borboleta.
– Ganhador do Oscar de "Melhor Maquiagem" (1987), do Saturn Award de “Melhor Ator” para Jeff Goldblum, “Melhor Filme de Terror” e “Melhor Caracterização” pelo personagem Mosca.
– A Mosca é um remake de “A Mosca da Cabeça Branca” de 1958.
– Originalmente, o diretor do projeto seria Tim Burton.
Crítica
A Mosca é a rainha do lixo do cinema Trash
Trash significa lixo em inglês, a definição de filme trash ainda é muito discutível, mas em geral trata-se de um filme mal feito propositalmente ou não. Muitas vezes são associados a filmes de terror, mas um filme (ou vídeo) trash é uma estética que pode ser usada em qualquer gênero.
E como moscas são as rainhas do lixo, não se pode falar de cinema trash sem assistir esse clássico dos anos 80.
E como moscas são as rainhas do lixo, não se pode falar de cinema trash sem assistir esse clássico dos anos 80.
A narrativa acompanha o físico Seth Brundle (Jeff Goldblum), um homem que está envolvido num processo de desenvolvimento de uma máquina de teletransporte que promete revolucionar a ciência moderna. Realizando diversos testes em companhia da jornalista investigativa Verônica (a ótima Geena Davis), Seth sente-se encorajado a testar a máquina consigo mesmo, mas ao entrar na cabine, o inesperado acontece e é aí que tem início o terror A Mosca, mas chamar essa obra de terror é algo muito limitante, pois ela passeia por diversos gêneros da sétima arte como o romance, o drama, a ficção científica e é claro, o terror. É praticamente impossível escolher apenas um dos gêneros para definir a produção.
O que mais gostei no filme foi quando a transformação do cientista começa a acontecer, é possível acompanhar etapa por etapa e ver aos poucos os resultados de cada fase, a gente realmente entra na pele do físico e passa a sentir seu drama de perto, até chegar o momento que a empolgação se transforma em frustração. Então ficamos indecisos, se devemos torcer para ele ou sua namorada. Um filme conseguir um feito desses é muito difícil, geralmente torcemos apenas para o bem vencer o mal na maioria das produções, aqui realmente é feito uma trabalho profundo de desenvolvimento dos personagens ao ponto de nos deixar indecisos.
Ao mesmo tempo em que os efeitos especiais de eletricidade da máquina de teletransporte sejam risíveis para os padrões de hoje em dia, é assustador notar como a criatura monstruosa dá um banho na maioria das produções de terror atuais, como por exemplo, no recente terror idolatrado por muitos: "Invocação do Mal 2", tudo me pareceu muito computadorizado e pouco convincente, enquanto aqui tudo é muito sintético, você nota que realmente eles tiveram muito trabalho para criar a criatura e realmente sente que ela ganhou vida, as produções de terror recentes poderiam aprender com os filmes de terror antigos, aqui a sensação é de que as gosmas, o monstro realmente estão na tela, não é tudo um mero efeito de computador. E esse trabalho foi reconhecido e agraciado com o Oscar de Melhor Maquiagem em 1987.
Esse filme gera debates até hoje e é sempre curioso notar como a ciência era vista nos anos 80, o filme também é bastante discutido devido suas frases filosóficas como: "Não há política entre os insetos, insetos nascem insetos, têm uma vida regrada pela delicadeza e ferocidade da natureza, mas não têm política. Nascem sabendo ser inseto. Eu quero ser um inseto político". Essa é nossa transformação. Restrita na nossa essência bio-psico-social, lutando com a vida, lutando com o mundo, lutando com nós mesmos, pela ilusão de ser um pouco mais do que carne e um simples e sintético código genético.
É possível também refletir em diversos temas como o machismo (A relação de Verônica com o seu superior na redação do jornal) e até mesmo a criminalização do aborto (Em um sonho de Verônica), é surpreendente ver como essa obra dos anos 80 continua atual. O filme peca apenas em seu desfecho abrupto do tipo "piscou, perdeu" que passa a sensação de que foi feito as pressas. Mas nem pense em perder seu tempo com a sequência "A Mosca 2" feito em 1989 aparentemente apenas para gerar dinheiro ao estúdio.
Cotação: **** (ótimo)
Trailer
Bônus
Confira o making of:
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