A Lenda da Serpente do Tanque (Lages-SC)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A Lenda da Serpente do Tanque (Lages-SC)


Nas segundas-feiras, no tanque, as lavadeiras debruçadas por sobre as tábuas, a torcer as roupas dos senhores coronéis e suas famílias, trabalhavam enquanto batiam aquele papo gostoso do dia-a-dia. Em meio a estes papos, as histórias iam sendo contadas e a lenda do tanque se repetia no palavreado simples das mulheres que ali lavavam suas roupas. A história contada era de que uma mãe solteira, para encobrir o fruto de sua vergonha, jogara a criança naquele tanque onde estavam a labutar. Estranhamente, todavia, a criança não morrera, mas se transformara numa cobra.

Contavam elas que a cabeça da cobra permanecera ali no tanque e a cauda se encontrava no rio Carahá, estendida em todo o seu percurso. Nossa Senhora, a padroeira de Lages, ciente do hediondo crime praticado pela desnaturada mãe, prendia com os pés a cabeça da moderna hidra ao berço úmido da desgraça mítica, procurando assim evitar que a criança, transmutada em monstro, se revelasse ao mundo. No dia em que a Santa abandonasse esse propósito, a cidade seria totalmente tomada pelas águas, escapando somente a enchente, à cacimba da Santa Cruz. 

Diversas vezes notou-se verídica a previsão, pois, quando era tirada a imagem da Santa de seu altar, na Catedral, mesmo em procissões, começava a chover torrencialmente, parecendo que o mundo iria se desfazer em água. Porém, bastava retornar a imagem da Santa ao seu altar, que, o sol voltava a brilhar, afastando-se assim a promessa do cumprimento do trágico cataclisma.

O relato das mulheres lavadeiras se espalhou por toda a cidade e o medo se apossou de todos, vindo assim a fazer com que as mulheres nunca comparecessem sozinhas ao tanque, sempre iam acompanhadas ou em grupos. Ninguém se atrevia a passar a noite naquele ermo, porque, ao lado do coaxar dos sapos, ouvia-se plangente e lúgubre, o grito de um ser perdido em angústia e desesperança.


O premiado documentário abaixo feito por estudantes de jornalismo faz um retrato das origens da lenda:


8 comentários:

Rodrigo A. Netto disse...

essa lenda é tão antiga que preserva o pensamento cristão misógino sobre as mulheres daquela época. uma mulher forçada (estuprada) a cometer o ato sexual, normal, já que é uma época que era permitido fazer de uma escrava um tipo de concubina sexual, "ter que esconder o fruto de sua vergonha", o machismo misógino cristão pondo a culpa da mulher ter sido estuprada. se eu fosse mulher naquela época vivendo em meio a pessoas que defendiam tal pensamento machista e misógino cristão, teria feito a mesma coisa, ou até pior. bem que até hoje, a maioria das mulheres que são estupradas, são as primeiras a levarem a culpa por terem sofrido tal violência. sobre o tanque ser a cabeça da serpente, e o rio carah o corpo, é fácil deduzir,pois, o tanque é a principal nascente do rio carah, e a santa é a representação da mulher casada que se submetia as regras machistas e misóginas da igreja católica que era a igreja dominante da época, e o menino ter virado serpente, é a forma preconceituosa que o povo daquela época tratava crianças que por algum motivo era abandonada por seus pais

Anônimo disse...

Haa sla é mito isso...Pq vrdd ñ é...Ja tem todas as explicações sobre está lenda,mas quem quiser acreditar os pensamentos são livres...

Unknown disse...

muito boa analogia brother, uma lenda criada para manter pessoas dentro da caverna..

Unknown disse...

Só tirando a Santa pra saber

LARISSA disse...

Concordo

Unknown disse...

na verdade essa mito e real pq Lages foi quase inundada quando tiram a Santa....

Unknown disse...

Vaaa

Anônimo disse...

Nu