Museu dos Monstros leva terror nacional para Guarapari - ES

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Museu dos Monstros leva terror nacional para Guarapari - ES

Mestre do cinema de terror, o cineasta capixaba Rodrigo Aragão inaugura seu "Museu dos Monstros" com bonecos e acervo de seus filmes.

Zumbis, monstros, caveiras e sangue, muito sangue. O cenário parece o de um filme de terror – e é. Mais especificamente do longa “O Cemitério das Almas Perdidas”, sexto filme do renomado cineasta capixaba Rodrigo Aragão, 42 anos. Conhecido como mestre do terror, Rodrigo inaugurou na Praia do Morro, em Guarapari, o “Museu dos Monstros”. O local reúne várias peças do seu acervo acumulado ao longo dos seus 25 anos de história no cinema.

O local é um galpão de 400 metros quadrados que foi divido em seis ambientes assustadores. A porta de entrada é o cenário da mais recente obra do capixaba, que ainda está em fase de pós-produção. O local serviu de estúdio para “O Cemitério das Almas Perdidas” e logo depois das gravações os personagens ganharam a companhia de outros bonecos em tamanho real de filmes de Rodrigo, como “Mangue Negro” (2008), “A Noite dos Chupacabras” (2011), “Mar Negro” (2013) e “A Mata Negra” (2018).

Parte do cenário do ainda inédito O Cemitério das Almas Perdidas está disponível para visitação.

Tour

Passeando pelos labirintos mal-assombrados, é possível esbarrar com o Zumbi Caranguejo e a Baleia Zumbi do “Mar Negro”, a Loira do Banheiro, o Monstro do Esgoto e o Saci da antologia cinematográfica brasileira “As Fábulas Negras” (obra de 2014 dirigida por Rodrigo, Joel Caetano, Petter Baierstorf e José Mojica Marins, o Zé do Caixão) e o mausoléu de “O Cemitério das Almas Perdidas”, pano de fundo para cenas assustadoras do novo filme.

A ideia de Rodrigo é que a exposição seja itinerante. Depois de Guarapari, ele pretende levar suas criaturas para outras cidades do Estado do país.

Segundo ele, a visita será informatizada. “Todas as peças vão ter textos explicativos. E o visitante vai poder acessar vídeos de cada peça no YouTube através do QR Code, para ver cenas em que elas foram usadas”, explicou.

“Comecei a fazer cinema por causa do making of de ‘Guerra nas Estrelas’. Sempre adorei a possibilidade de ver ao vivo o que está na tela. O objetivo é mostrar para as pessoas o trabalho que dá fazer um filme e que ele é produzido aqui mesmo, em Guarapari. Todos meus filmes foram rodados aqui, numa cidade que eu amo. O grande diferencial desta vez é que não quero assustar a plateia”, diz o cineasta.
Museu deverá ficar em Guarapari até meados de julho, depois deverá circular por outras cidades do Brasil, Renato Aragão tem planos de levar exposição para o exterior.

25 anos


Rodrigo começou a trabalhar com efeitos especiais em 1994, mas seu primeiro longa-metragem só foi lançado em 2008. Seu pai era mágico e dono de cinema, por isso, universo fantástico sempre esteve a sua volta. “Todo mundo me achava estranho”, brinca.

Autodidata, o cineasta coleciona 25 prêmios ao longo dos seus 25 anos de carreira. O mais recente foi a conquista como Melhor Roteiro no Fantasporto (Festival Internacional de Cinema Fantástico do Porto).

“Minha formação foi muito de oficinas. Fiz desenho, pintura, escultura, teatro de boneco, tudo que achasse que poderia me ajudar, já que não havia cursos específicos”, diz.

Oficinas

A vontade de compartilhar conhecimento faz Rodrigo ministrar oficinas em todo o mundo. De malas prontas para dar cursos na Bolívia, na volta, em maio, abre as portas do museu em Guarapari para realizar oficinas de efeitos especiais, aos sábados, e interpretação de atores para cinema quartas e sextas.

“Comecei sozinho, mas pra mim é muito importante formar equipe. A maioria das pessoas que trabalha comigo, principalmente na área de efeitos, passaram por oficinas minhas, reconheci o talento e convidei pra trabalhar comigo, por isso é importante compartilhar”.

“Para mim é muito importante difundir conhecimento. Tive muita dificuldade no início de profissão e sinto uma responsabilidade de compartilhar conhecimentos, até porque o cinema é uma arte coletiva. Quero fazer filmes cada vez maiores e para isso preciso de uma equipe cada vez maior, por isso é muito importante formar profissionais aqui no Espírito Santo”, comenta.

Ele entende que o Brasil precisa deslocar seu cinema para além do eixo Rio-São Paulo e considera o Espírito Santo um lugar privilegiado para se fazer cinema no país. “A gente tem um nível de cenários diversos, desde o urbano com cidades bonitas, tipos de praias muito diferentes de norte a sul, montanhas, mata. É um potencial muito grande”.
Seu mais recente filme O Cemitério das Almas Perdidas está previsto para estrear no final de 2019 nos cinemas.

Serviço

Museu dos Monstros
Visitação: de terça a sábado, das 14h às 19h
Onde: Rua Antônio Lira Monjardim, Galpão 3, Praia do Morro, Guarapari.
Quanto: R$ 10 (pacotes especiais para grupos e escolas interessadas)
Informações: (27) 99967-8923.
Disponível para visitação até julho/2019

Confira algumas fotos do acervo do museu:
Personagem do filme A Mata Negra.
São Cipriano, um dos personagens do filme O Cemitério das Almas Perdidas.
Um dos monstros do filme Mar Negro.
Um dos zumbis que aparecem no filme Mangue Negro.
Parte do cenário de O Cemitério das Almas Perdidas.
Personagens de O Cemitério das Almas Perdidas.
Personagem guardião do cemitério.


Confira um pouco mais sobre o museu:





Fontes: Gazeta Online, G1 e Século Diário

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