Lendas de Paranapiacaba (Santo André-SP)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Lendas de Paranapiacaba (Santo André-SP)


Histórias de fantasmas se manifestam no clima turístico de Paranapiacaba. São tão atraentes quanto a própria história da construção da Vila Ferroviária andreense, no século XIX. Eram os engenheiros ingleses, tão acostumados a ouvir histórias de castelos mal-assombrados em seu país, que parecem ter legado também esse dado cultural de sua presença, além da bela arquitetura típica.

"Diz a lenda..." é o "era uma vez" local. É como monitores turísticos começam a narrar as histórias para os visitantes. Sob a neblina que invariavelmente se impõe sobre a Vila, lendas de assombrações acentuam os mistérios da Vila. Não é raro encontrar um morador que narre casos de arrepiar turistas. E são essas histórias, que se acumulam com o tempo, que começam a incentivar uma ainda incipiente produção cultural.

Antigos relatos sobrevivem na voz de veteranos moradores e se encontram com lendas recém-nascidas, como a da presença de Jack, o Estripador, assassino serial que teria sido um médico inglês exilado voluntariamente em Paranapiacaba para escapar da perseguição da polícia londrina. Esse caso não tem comprovação factual e histórica, mas as coincidências são instigantes.

Tanto quanto os relatos de espectros que se manifestam no Castelinho, atual museu. Entre outros, o da senhora que dança à noite no Clube União Lira Serrano, do trem-fantasma que sobe o 13º túnel na serra, do motivo que faz com que os moradores da Vila tratem a chegada da neblina como "a noiva está chegando!", do que acontece quando batem três vezes na madeira do Pau da Missa à meia-noite, do vagão fúnebre no Museu da Funicular, do homem da capa preta...



Pau da Missa

Quando os ingleses viviam na Vila, eram de maioria religiosa protestante e anglicana. Na parte alta ficava (ainda fica) a igreja católica Bom Jesus de Paranapiacaba. Para anunciar cerimônias, procissões, missas de sétimo dia e cortejos fúnebres aos moradores católicos da parte baixa, o padre usava uma árvore conhecida como Pau da Missa. O costume continua, na mesma árvore, embora boa parte dos moradores tenha adotado a religião evangélica. Diz a lenda que se alguém bater três vezes à meia-noite nesta árvore verá o espectro da pessoa que morreu cujo nome está anunciado no Pau da Missa.


Caminho do Mens


A rota mais curta que liga a vila Martin Smith (parte nova) à parte velha passa atrás do Castelinho. É o caminho do Mens (homenagem ao engenheiro Frederic Mens). Moradores recomendam não usá-la. Mas se tiver de fazê-lo, convém subir cantando, para que um espectro assustador não o assombre.


Jack, de Paranapiacaba


O assassino inglês apelidado Jack The Ripper, ou Jack, o Estripador, cometeu seus crimes – no mínimo cinco prostitutas mortas com o mesmo modus operandi: garganta cortada da esquerda para a direita e órgãos internos jogados por cima do ombro – entre agosto e novembro de 1888 em Whitechapel, leste de Londres. Nunca houve uma prisão oficial, embora os crimes tenham cessado quando um dos suspeitos – a lista não era pequena –, chamado David Cohen, foi detido por ser anti-social violento e internado num hospício. Porém, a precisão cirúrgica com que o Estripador assassinou suas vítimas gerou especulações de que o criminoso poderia seria um médico.

Um dos suspeitos era o maçom sir William Whitey Gull (1816-1890), médico que cuidou da sífilis do príncipe Albert Victor, assíduo freqüentador de prostíbulos que ganhou a confiança da rainha Victória. O próprio príncipe era suspeito, mas especula-se que, com as mortes, Gull tenha ajudado a acobertar um escândalo (fato explorado em filmes e documentários). Albert Victor teria tido um caso com uma prostituta do qual nasceu uma menina. A criança teria sido entregue aos cuidados de uma família, a mãe internada num asilo de doentes mentais e a babá e suas amigas – e testemunhas –, eliminadas pelo doutor.

Diz a lenda em Paranapiacaba que outro médico teria cometido os crimes do Estripador e fugido para uma vila ferroviária construída pelos ingleses na América do Sul. Na época, Paranapiacaba era a única opção. Neste domingo, na antiga casa do médico residente da ferrovia, funciona a pousada milenar, na estrada do Hospital Velho. Seu apelido é pousada do Jack.


O bicho papão da capa preta


O caminho do hospital velho deve ser evitado pelas crianças no período noturno. É lá que age o bicho-papão da Vila. Um homem – ou espírito – de capa preta aterroriza por ali e carrega os pequenos para fazer maldades. É uma história contada pelos moradores mais velhos.


Fantasma de chapéu


O clube Lira Serrano é palco de mais histórias extraordinárias. Há pouco tempo, funcionários da secretaria do clube haviam encerrado seu trabalho administrativo e fechado as portas, parando do lado de fora para conversar antes de ir embora. Já era tarde da noite quando um deles avistou um homem alto, usando chapelão e todo vestido de preto parado na janela do clube. Os outros também viram e abriram a porta para ver quem estava lá...mas não havia ninguém.


Espectro


Som de passos, madeira rangendo e ruídos de louça precedem a aparição de um espectro, alto, no Castelinho, hoje museu e antiga residência do engenheiro-chefe, Daniel Fox, um homem que media mais de 2 m de altura. Ele costumava descer as escadarias para tomar café na cozinha da casa. Ao que parece, o espectro manteria o mesmo hábito – inclusive o – para lá de britânico – de assombrar castelos.


Trem fantasma


Na serra, entre o quarto e o quinto patamar da ferrovia, seria possível ouvir à noite ruídos de locomotivas e gritos das pessoas que morreram em acidentes durante a construção do sistema funicular. Diz a lenda que à noite também é possível ouvir o som de uma locomotiva cuja caldeira explodiu, além da sensação de deslocamento do ar por causa da passagem da composição no 13º túnel do trajeto.


A Dançarina Fantasma do Clube Lyra


Durante muitas décadas os animados bailes realizados na Vila de Paranapiacaba embalaram os passos de muitas pessoas que bailaram no salão.
Mas alguém nunca deixou de estar lá….

Durante o tempo dos ingleses era muito comum os moradores dedicarem seu tempo livre as artes, principalmente a música e dança.

Outra paixão local era o futebol, que alguns dizem ter sido introduzido no Brasil a partir de Paranapiacaba. Mas isso já é outra história…O futebol e as artes eram representados pela Sociedade Lyra da Serra, dedicada às artes e o Serrano Futebol Clube, que tem em seu currículo feitos como a vitória contra o Corinthians em jogo realizado na Vila.

As duas agremiações se uniram na sede, o Clube União Lyra Serrano, onde os bons músicos da Sociedade Lyra da Serra animavam os bailes locais. Os bailes eram tradicionais e juntavam todos os moradores e atraiam visitantes em animadas noitadas. Conta a história que uma jovem moradora exibia todas as suas habilidades de exímia bailarina, deslizado suavemente pelo salão embalada pela banda local. Seu sapateado atraia a atenção de todos que paravam para observá-la.

Em todos os bailes a presença desta jovem era certa e seu pequeno show particular embevecia a todos os presentes. Os tempos passaram e os bailes foram se tornando mais raros. A jovem envelheceu e a idade trouxe doenças que a impediram de fazer o que mais gostava: dançar. Com a limitação veio a tristeza e a morte.

Porém a passagem para um outro nível de existência, libertou a bailarina de seu corpo débil e hoje em algumas noites ela é vista deslizando seus leves passos pelo salão do Clube e quem passa ao lado do prédio garante que ouve seus sapateados.

Vigias noturnos teriam visto uma mulher (a tal dama) dançando sozinha no salão vazio – com as portas do clube trancadas – enquanto a pintura de uma distinta senhora pendurada na parede do clube desaparecia. Ao fim da dança, quando a dama sumia, o quadro voltava ao normal.


Trilha do Curupira


Numa terça-feira quatro jovens da Vila pensaram ter descoberto uma cachoeira na mata. No dia seguinte, voltaram equipados para explorar o local. Andaram muito, mas nada. Ouviram batuques de tambor e um deles percebeu algo no mato atrás deles. Correram, caíram e se esconderam: podia ser uma onça. Ao chegar na Vila, durante a Semana do Folclore, descobriram que o dia seguinte, quarta-feira, era do Curupira, ser mitológico que judia dos que invadem a mata com más intenções.


O Véu da Noiva


A Vila de Paranapiacaba foi construída pelos ingleses no início do século XX. As charmosas casas de madeira abrigaram os funcionários que trabalharam na construção e operação da estrada de ferro.Os altos cargos eram ocupados pelos Ingleses, enquanto que outros imigrantes (italianos, portugueses...) formavam a massa operária.Um visitante desavisado pode acreditar que este cenário é apenas uma bela manifestação da natureza, mas os moradores garantem que esta névoa oculta muito mais do que os nossos olhos podem ver. Eles sabem “quem” é esta neblina!

Diz a lenda que o filho de um rico engenheiro inglês da São Paulo Railway apaixonou-se por pela filha de um operário. Ele rico e protestante. Ela pobre e católica. Uma união impossível naqueles tempos....

O engenheiro inglês proíbe esta união. O filho apaixonado, em típica rebeldia juvenil não dá ouvido e marca seu casamento na Igreja do Bom Jesus.

O Lord Inglês enfurecido pela desobediência de seu filho, agravada pelo desaforo de um casamento marcado em território católico, na parte alta de Paranapiacaba, planeja a sua desforra.

No dia da cerimônia, inicio da tarde, na hora marcada para o enlace, noiva no altar... Passam os minutos, horas e o noivo não aparece.

Ao longe, na parte baixa da vila, em uma das exuberantes residências ocupadas pelos engenheiros ingleses, um choro soluçado se ouvia.

O noivo, trancado pelo pai raivoso no porão da residência foi impedido de comparecer ao seu matrimônio. Abandonada no altar, a noiva não conteve a tristeza e a humilhação. Fugiu desolada e tomou o primeiro locobreque que descia em direção à baixada santista.

Ainda em seus brancos trajes de núpcias e com o coração partido, a noiva infeliz finalizou sua tragédia ao mergulhar no precipício assim que a composição cruzou a Grota funda.

Nunca seu corpo foi encontrado, mas a partir deste dia, em todo começo de tarde uma densa neblina cobre a vila. Dizem ser a noiva que sai da Grota funda e invade a vila a procura do seu amado.


Sons estranhos na cachoeira do Poço das Moças


Esta era a Cachoeira mais frequentada da região há 15 anos quando não havia controle de entrada na vila. A cachoeira leva este nome, pois reza a lenda que três moças haveriam morrido afogadas lá. Há uns 10 anos uma das pessoas que me ensinou a fazer trilha me contou que acampou lá e durante a noite ouviu barulhos estranhos, como se alguém cortasse uma árvore com um machado.


A Menina do Casarão


Há uma lenda que contam na vila histórica de Paranapicaba em Santo André, que uma menina se perdeu em um dos casarões da cidade, durante um passeio escolar. Ela estava toda de preto e saiu com os braços cruzados em uma foto tirada poucos minutos antes de seu desaparecimento. 

A garotinha nunca foi encontrada. A história da menina do casarão tornou-se famosa quando a foto foi revelada e mostra uma figura estranha ao lado da garota. O mais estranho é que ela desapareceu no casarão de um dos barões da época, considerado um carrasco pelas pessoas com quem trabalhava.


6 comentários:

Anônimo disse...

vai me ajudar a fazer uma redaçao para a escola obrigadooo

Anônimo disse...

legal as historias!

Unknown disse...

Eu tbm
Boaaa

Unknown disse...

Alguém q está lendo isso é de paranapiacaba?
Gostaria de uma ajuda
Qual o lugar nesta cidade q poderiam ser feitas filmagens que constam algum relato de assombração?Preciso de algum contato telefônico para autorização

Guilherme Ribeiro disse...

Envie um email para viladeparanapiacaba@santoandre.sp.gov.br para maiores informações e autorizações de filmagens na Vila

Anônimo disse...

adorei, mas só estou aqui para uma lição de um trabalho que eu já fiz e que eu já usei este site, recomendo de mais