Especial St. Patrick´s Day- Lendas e mistérios de Dublin, a capital irlandesa!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Especial St. Patrick´s Day- Lendas e mistérios de Dublin, a capital irlandesa!


Hoje, 17 de março, é comemorado o St. Patrick´s Day, data onde se celebra ao redor do mundo a cultura da Irlanda. Por isso na postagem de hoje resolvemos trazer lendas e mistérios da cidade de Dublin, a capital irlandesa!

Toda cidade tem suas lendas e histórias populares. Mas, nem todas combinam mitologia com realidade tão bem como a capital irlandesa. Personagens de famílias tradicionais se misturam a lendas urbanas, monumentos são erguidos em homenagem a fantasmas de prostitutas e uma igreja com depósito de múmias inspira a criação de um clássico romance de horror. Dos fantasmas de Molly Malone e Darkey Kellys ao ‘Drácula’ do escritor irlandês Bran Stoker este post revela histórias da ilha não contadas por qualquer guia turístico.

Damas sedutoras sugadoras de sangue e almas

Molly Malone, estátua original. / Foto: Rachel Duarte


Conhecida ‘fishmonger’ da cidade, Molly Malone foi uma vendedora de ostras e frutos do mar que viveu na capital irlandesa no século 17. De dia vendia a mercadoria que adquiria do vendedor de peixe e à noite, conta a lenda popular, ela vendia também o corpo… Assim como todas as damas de sua família. Morreu jovem, vítima de uma febre. No entanto, ninguém sabe ao certo se de fato existiu. O que se houve falar é de que seu fantasma segue vendendo mexilhões e frutos do mar pelas ruas de Dublin.

“Molly” também é uma música nascida por um autor desconhecido ao longo dos séculos, sem qualquer evidência de que fazia referência a tal fishmonger. No entanto, em 1988, a Comissão do Milênio Dublin endossou afirmações sobre uma Mary Malone ter morrido em 13 de Junho 1699, e proclamou 13 de Junho a ser “dia Molly Malone”.

Uma estátua em homenagem a Molly Malone foi criada por iniciativa do vereador de Dublin, Ben Brisco e criada por Lord Mayor. Patrocinada pelo Grupo Hotel do Júri, a estátua foi posta pela primeira vez na Grafton Street, em 1988. Em 2014, por conta da expansão do transporte urbano na cidade foi transferida para Suffolk Street, em frente ao Posto de Informação Turística. A estátua pode ser vista ao vivo neste endereço, já que foi considerada muito ‘sexy’ pelo Facebook que já andou a banindo.

Outra donzela de Dublin que virou fantasma da cidade teria vivido nas proximidades de uma das ‘City Walls and Defenses’ de Dublin. As paredes erguidas séculos passados para proteger a cidade de um eventual incêndio e outros perigos também foram utilizadas para conter leprosos afastados da sociedade pela crença de que sua doença era amaldiçoada. Antigamente acreditava-se que a lepra era contagiosa e a deformidade dos corpos doentes amedrontavam as pessoas que popularmente começaram a dizer que tal doença era coisa do diabo. Portanto, uma destas City Walls também foi por anos um depósito humano. Quando morriam, os doentes eram levados para um cemitério chamado de Tala, onde hoje funciona o Square Shopping Center. Reza a lenda que neste local hoje perambulam as almas dos doentes do passado.

City Walls and Defenses, os portões de Dublin./ Foto: Rache Duarte


E, nas redondezas de uma da City Wall ‘St Audoen’s gate’, atrás da igreja de mesmo nome, uma moça de sobrenome Kelly e que não se sabe o primeiro nome foi assassinada. Duas versões correm a boca pequena da cidade. Em uma, os irlandeses contam que era comum ouvir gritos de um bebê vindo do apartamento onde a moça morava. Por quatro dias não houve os gritos e então vizinhos chamara a polícia. Quando entraram no apartamento encontraram a moça faminta e segurando seu próprio filho sujo de sangue. Segundo ela, o bebê morreu porque alguém entrou e o matou. No entanto, diante dos populares, quando deixava o apartamento para ser presa, Kelly foi assassinada pelos vizinhos inconformados. Nesta versão da história, o fantasma de Darkey Kelly como ficou conhecida, ronda a cidade em busca do seu bebê.

Outra versão da história diz que ela era uma prostituta e uma noite quando voltava para casa foi rendida por dois homens que tentaram atacá-la. Ela reagiu com uma faca e correu atrás de ajuda pelo bairro. Sem sucesso, morreu nos degraus da igreja. Segundo esta história o fantasma de Kelly ronda o local à noite a procura de ajuda até hoje.

Ninguém sabe a veracidade das histórias, mas muitos afirmam ter cruzado com o fantasma de Darkey Kelly nos dias atuais.

City Walls and Defense, os portões de Dublin. / Foto: Rachel Duarte


O pub do fantasma camarada e o teatro de poltergeist

Bull e Castle Pub, Dublin. / Foto: Rachel Duarte


O Bull Castle Pub, localizado na 5-7 Lord Edward St, em Dublin 8 não é apenas um bar. Ao que dizem os nativos da ilha o prédio foi a casa de uma família tradicional em Dublin. Desta família originou-se uma geração de poetas e escritores da cidade, um deles foi James Clarence Mangan. Ele, assim como os parentes de mesmo sobrenome, foi famoso na cultura local. James Clarence Mangan foi um famoso escritor e autor de um poema sobre um romance interrompido pelas circunstâncias da vida. Ele nasceu na casa que hoje é o Bull Castle Pub e escreveu lá seus trabalhos. Por esta razão, alguns acreditam que seu fantasma segue vivo no local. Alguns alegam ter visto luzes diferentes do lado de fora do bar à noite e afirmam que este fantasma é bondoso e não aparece para fazer mal aos humanos.

Diferente dele, o fantasma que ronda o Olympia Theater tem fama de realizar o fenômeno poltergeist. Objetos se movimentam e ruídos estranhos acontecem por lá, acreditam alguns moradores de Dublin. A história mais famosa é a do grupo que interpretava o espetáculo ‘ O Fantasma da Ópera’, em 1908. Em meio aos ensaios na época, fortes ruídos interromperam a dramatização e ao verificar o ocorrido encontrou-se o camarim do ator que fazia o papel do fantasma completamente revirado. Acreditou-se na época ser um fenômeno sobrenatural e, por esta razão, a peça nunca mais ocorreu no mesmo teatro irlandês.

 The Olympia Theatre, Dublin


A Igreja do Drácula

St. Michan’s Church, Dublin / Foto: Rachel Duarte


Uma das igrejas mais antigas de Dublin, a St. Michan’s Church, em Dublin 7, tem ligação com o famoso personagem de Bran Stocker. A lenda diz que o escritor irlandês de ‘Drácula’ teria se inspirado para criar o clássico romance de horror no macabro porão onde se preservam múmias irlandesas. Há pelo menos três centenas de anos, o subsolo desta igreja guarda múmias de corpos tísicos de irlandeses que lutaram contra judeus em Israel por conta de conflitos religiosos da época em que europeus matavam muçulmanos por em nome da crença de ser um desejo de Deus. As múmias são preservadas com a resina de uma antiga árvore (em extinção na Irlanda) chamada Octree. Os sarcófagos podem ser visitados aos finais de semana.


A Dama da Espera

Ardgillan Castle, Dublin

O Ardgillan Castelo está localizado no Condado de Dublin e foi construído em 1738 pelo reverendo Robert Taylor, um homem que ficou famoso por pagar seus trabalhadores com alojamento gratuito e whisky! O castelo permaneceu na família Taylor até 1962. Vinte anos mais tarde, foi comprado pelo Estado irlandês e outros dez anos mais tarde, foi oficialmente aberto ao público pelo presidente da Irlanda na época, Mary Robinson.

A família Taylor foi muito simpática com Louisa Connolly, a esposa de Baron Langford. Um dia, o Barão estava ausente na Escócia e Louisa foi convidado a ficar no Castelo Ardgillan. Lady Louisa amava nadar e o fato de que era um dia frio de novembro não importava pra ela, então decidiu ir para um último mergulho, visto que era seu último dia no castelo. Então ela ordenou seu servo para trazê-la suas roupas de natação e juntos eles partiram em direção à ponte. Seu servo foi um pouco preocupado com o mar que parecia mais ríspido do que nunca, mas Lady Louisa entrou sem preocupação. No entanto, o mar era de fato cruel e antes que ela percebesse Lady Louisa ja estava se afogando. Seu servo tentou salvá-la, assim como um par de operários nas proximidades, mas sem sucesso. Uma hora mais tarde, o corpo de Lady Louisa foi puxado para fora do mar, sem vida. Ela morreu com 31 anos e deixou para trás uma jovem família.

A morte de Lady Louisa foi testemunhado por sua prima, Maria, que assistiu impotente esse evento infeliz. Mais tarde, ela alegou ter tido alucinações estranhas em que ela não podia olhar para qualquer rosto que Lady Louisa aparecia insistentemente na frente dela.

Hoje, as escadas de pedra onde a tragédia ocorreu mais de 150 anos atrás ainda estão de pé. Elas são conhecidas como 'The Lady Stairs' e servem como uma ponte ferroviária. Muitos dizem que em noites escuras, uma figura branca de uma mulher pode ser visto emergindo os degraus de pedra da praia e andando em direção ao Castelo Ardgillan. Essa figura é conhecida como A Dama da Espera, a mulher fantasma diz estar à espera de seu marido. A lenda diz que quem vê o fantasma na noite de Halloween corre risco de ser pego e atirado dentro do mar.

As misteriosas bolas de luzes lilás


Essa história gera bastante discussão e opiniões divergentes. Algumas pessoas afirmam que as bolas de luzes vistas em Glenasmole, em Dublin, na verdade são fadas. Outros defendem a lenda de que as luzes são a manifestação de uma senhora que se perdeu no caminho de casa durante uma tempestade de neve na idade média e acabou morrendo. Diz-se que ela agora manifesta-se nessas bolas de luz para guiar os outros para casa em segurança.

O Cavaleiro sem Cabeça


Com certeza você já ouviu falar sobre a lenda do Cavaleiro Sem Cabeça. Sua lenda teve origem na Europa, mas tem tanta força que atravessou o mar e se tornou parte do folclore americano.

Aliás, na Europa o cavaleiro é conhecido como Dullahan, que significa “sem cabeça” ou decapitado em irlandês. E foi exatamente na Irlanda que a lenda começou.

Orinalmente, na Irlanda, onde a lenda começou, o Cavaleiro Sem Cabeça era um tipo de fada ou espírito que era visto literalmente sem cabeça de aspecto fantasmagórico sempre montado em um cavalo negro e levando sua cabeça debaixo do braço.

Segundo as lendas ele está sempre correndo com seu cavalo, e quando ele para de correr significa que alguém irá morrer. Quando isso acontece, a cabeça sob o braço anuncia o nome da vítima e a partir daí não há nada que possa ser feito para evitar o destino sombrio.

É dito que o Cavaleiro Sem Cabeça possui um ponto fraco: o ouro. Ele fugirá ao perceber a existência mesmo do menor pedaço de ouro. O motivo disso é um mistério.

Essa lenda foi a origem para diversas lendas que americanas e foi a inspiração para inúmeros contos e também vários filmes. Entre os filmes, o mais destacado é o lançado em 1999, dirigido por Tim Burton e tem Johnny Depp no papel do detetive Ichabod Crane, que investiga misteriosos assassinatos supostamente cometidos pela figura lendária do Cavaleiro Sem Cabeça.

A lenda irlandesa envolve Banshee, o espírito que anuncia a morte. Quando um irlandês está próximo da morte, Banshee aparece e chora, anunciando que ele vai morrer em breve. Outros dizem que Dullahan dirige uma carruagem puxada por seis cavalos de cor negra e sem-cabeça. Sua carruagem é iluminada por velas dentro de crânios humanos, e os raios das rodas são feitos de ossos das pernas de um cadáver humano. Dulllahan ainda usa um chicote feito da espinha de um homem morto.

Em Dublin a residência em Blackpitts Road foi originalmente casa para o 1º Visconde de Baltinglass, Thomas Roper. O local tem o nome de "Resto do Roper", depois que um membro da família Roper foi encontrado em decomposição, tendo morrido em condições horríveis vários dias antes.
Durante os meses de inverno, os moradores alegam verem um cavaleiro sem cabeça cavalgando ao longo da área de descanso de Roper após o anoitecer..será que isso pode explicar o motivo de sua morte?


Jervis Shopping, o hospital que ainda vive

Jervis Street Hospital- 1916

O antigo hospital onde tuberculosos eram tratados na Irlanda no passado, hoje é o Shopping Jervis. O hospital foi desativado em 1980, mas pacientes, médicos e enfermeiras seguem sendo vistos pela região. Segundo relatos de quem viu os fantasmas dos antigos frequentadores do hospital, eles aparecem vestidos de jaleco e gostam de rondar a área dos banheiros do shopping.

Uma história, registrada em vídeo e removida do Youtube, revela a movimentação de laranjas da loja de sucos do shopping fazendo movimentos involuntários e repetitivos. As frutas teriam caído ao chão e rodado por 12 vezes sem nenhuma intervenção humana.

Quando o hospital funcionava, também havia uma igreja no prédio ao lado. Os pacientes mortos tinham seu funeral nesta igreja. Com a desativação do hospital, a igreja católica romana passou a ser um local de julgamento dos judeus e criminosos da cidade. Os corpos dos judeus e criminosos eram enterrados no local em frente ao atual shopping, onde hoje ainda é possível ver lápides . Um destes mortos tem seu fantasma protegido por um grande cachorro negro que roda o cemitério ao lado do shopping na data do seu aniversário.

Jervis Shopping, Centre, Dublin


Fontes: Um Amor e Duas Mochilas, Guia Irlanda, Wonderlist, Demonstre

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