Conheça Mortina, HQ italiana que lembra o universo de Tim Burton

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Conheça Mortina, HQ italiana que lembra o universo de Tim Burton


Mortina não sente frio, nem fica vermelha quando está envergonhada. Por outro lado, ela pode tirar a cabeça quando quiser e fica ótima de roxo.

Mortina é uma menina diferente de todas as outras: ela é uma menina-zumbi. Passa os dias no Palacete Decrépito com sua tia Fafá Lecida e seu inseparável amigo, o galgo albino Tristão.

O maior sonho de Mortina é ter amigos de sua idade para brincar, mas sua tia nunca deixa que ela saia de casa, porque tem medo da reação dos humanos ao conhecerem a pequena zumbi.

Para sua alegria, um dia a oportunidade perfeita aparece: o Halloween quando todas as crianças saem às ruas com as fantasias mais horripilantes. Mortina nem vai precisar se fantasiar para encarar a maior aventura de sua vida.

Mas, em meio à sua alegria, e numa demonstração para ver quem seria mais assustador, Mortina mostra quem realmente é. Irão os outros meninos aceitá-la, ou bani-la para sempre?

HQ tem ilustrações em todas as páginas.

Ficha Técnica

Título original: Mortina
Tradução: Eduardo Brandão
Capa: Barbara Cantini
Páginas: 52
Formato: 14.30 X 21.10 cm
Peso: 0.215 kg
Acabamento: Capa dura
Lançamento: 19/04/2019
ISBN: 9788574068442
Selo: Companhia das Letrinhas

HQs do universo de Mortina.

A Autora


O livro traz uma atmosfera sombria e um humor no ponto, uma mistura criada por quem, desde pequena, curte histórias “creepy”. E conhecer melhor a criadora dessa protagonista tão popular na Itália é um jeito de entender melhor a obra. 

Em seu site, a autora Barbara Cantini revela sua personalidade: “Gosto de roupas vintage, chocolate, viajar (e voltar para casa), design de interiores, ovos, comédias americanas dos anos 50 e 60, jogos de tabuleiro e quebrar a crosta do crème brulée”. Ao mesmo tempo que trabalha na série de livros Mortina que já foi traduzida para mais de vinte idiomas, coleciona papéis decorados no interior da Toscana, onde mora com o marido, as filhas, os quatro gatos e um hamster, animal de estimação que ela brinca ter se transformado em um zumbi.

“Ela nasceu de um esboço no meu sketchbook muitos anos atrás, quando eu ainda frequentava a escola de animação. Ao lado do desenho, anotei o nome Mortina, que lembrava um jogo de palavras. Na época, no desenho que fiz, ela tinha como amigo um morcego gago com óculos escuros”, diz Barbara, lembrando seus primeiros impulsos criativos. Seu processo criativo toma forma a partir de um desenho ou de um esboço – e assim também ocorreu com Mortina.

A brincadeira com as palavras do nome da personagem, no entanto, também impulsionou outra ideia. E essas conexões surgem a partir de uma chuva de ideias da autora, que pesquisa e registra tudo que surge à mente, como ela mesma explica: “Tomo nota de tudo: uma imagem, uma frase, uma palavra, uma fotografia”. Tais ideias ficam um tempo decantando, um tempo necessário para ver se vingam: “Então deixo que se acalmem um pouco para voltar mais tarde e ver se é uma pequena semente para cultivar e desenvolver em texto ou desenho”.

Depois de pensar sobre a personagem, Barbara desenvolve "cenas mentais" com as ações de suas criações. Esse processo também é fruto de pesquisa: “Vejo os detalhes dos personagens e faço muita pesquisa de imagens próximas ao mundo imaginário que tenho em mente para criar. Procuro [as referências] online e em vários livros no meu estúdio, e salvo tudo (fotos, desenhos, ilustrações, molduras de filmes) em uma pasta de ‘sugestões visuais’. Isso me ajuda a me concentrar melhor no que quero ilustrar. Olho para as imagens também do ponto de vista cromático, para definir a paleta de cores que gostaria de usar no livro”, conta.

Nessa pesquisa, a artista busca ampliar o repertório, com um “grande mix que contenha algo do meu personagem e minha experiência, combinados com diferentes inspirações que vão desde Wandinha Addams, até alguns personagens de Tim Burton, Edward Gorey e, em geral, influências oriundas desse tipo de imaginário, no cartum, no cinema, nos quadrinhos”.

A inspiração para muitos membros da família Mortina também veio da família de Barbara, composta por seus pais, avós maternos e um tio-avô solteiro que, de acordo com a ilustradora, morreu centenário e muito parecido com o tio-avô Funesto do livro. “No personagem da tia há muito da minha avó materna, aparentemente severa e rígida, mas de bom coração. E em Mortina também há muito do meu caráter, mas também um pouco da minha mãe quando criança. Ela também morava em uma casa de campo em uma colina que fica a uns 2 quilômetros da vila, no topo de uma estrada repleta de poeira e pedregulhos na qual costumava caminhar para a escola todos os dias. E morando longe das outras crianças, ela era forçada a brincar sozinha com os animais do pátio e com os personagens imaginários dos muitos livros que lia”, revela a autora.

Bienal do Rio 2019


Quem for na Bienal do Livro no Rio de Janeiro, que vai até 8 de setembro no Riocentro, poderá tirar foto no cenário acima no estande da editora Companhia das Letras.

Confira o book trailer (em italiano):

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