Com seus 478 anos, o Recife é mapeado por ruas e casarões históricos e cercado de contos e lendas seculares. Desde o povoamento da cidade, há quase cinco séculos, os edifícios coloniais carregam consigo as raízes do tempo e do misticismo da cultura popular pernambucana. Os contos margeiam o imaginário popular que até hoje passam de geração em geração; já há quem até garanta haver ouvido ou até mesmo visto a presença de assombrações.
LIVROS E WEB - Narrativas desse universo lendário também ganharam as páginas de títulos. Colecionando temas sobrenaturais e de pesquisa durante duas décadas, o sociológo e escritor pernambucano Gilberto Freyre registrou em seu livro Assombrações do Recife Velho, publicado pela primeira vez em 1955, narrativas fantasmagóricas no Recife. A obra conta com diversos causos e contos populares impresso sob a ótica de terror urbano.
Os relatos escritos por Freyre foram impressos em 233 páginas, que foram extraídos de amigos, conhecidos, moradores antigos da cidade, matérias publicadas nos jornais da época. Ao todo, 27 histórias foram escritas pelo autor, que traz à tona personagens de outro mundo, onde apresenta histórias de 12 casarões assombrados da capital.
Nos dias atuais, outro pernambucano também estampou as páginas dos livros colecionando histórias de assombrações do Recife. O jornalista e pesquisador Roberto Beltrão amplia o imaginário lendário do Recife por meio de três livros: Na escuridão das Brenhas, Malassombramentos, Estranho Mistério do Recife Antigo. Ele, junto com o também jornalista André Balaio, mantém o site O Recife Assombrado.
Passeios mal assombrados por pontos turísticos são opções de lazer comuns na capital pernambucana |
INICIATIVAS - Na capital, um projeto ganha as ruas e revela contos históricos de lendas urbanas: o Recife Assombrado, do projeto Olha Recife!, da prefeitura da cidade, que resgata contos 'cabeludos'. Todo último sábado de cada mês, o projeto percorre trechos considerados assombrados do Recife, a partir, sobretudo, da visão do autor Gilberto Freyre.
Já outro projeto paralelo também circula pela capital pernambucana e narra histórias de locais considerados assombrados. O projeto City Tour Turismo, da Via Dourada Turismo, relembra lendas históricas no passeio Recife Mal Assombrado como A Galega de Santo Amaro, A Emparedada da Rua Nova, A Artista Fantasma do Teatro Santa Isabel e o Guardião dos Mortos. Todo sábado, um ônibus percorre os principais locais fantasmagóricos da Zona Norte ao Centro do Recife, com encenações artísticas de 12 atores que ilustram os causos da capital. As histórias são contadas a partir da visão do autor Gilberto Freyre e de pesquisas em arquivos de universidades do Recife.
A ideia do historiador e diretor César Costa surgiu logo após uma visita à Europa, onde, segundo ele, é comum ter esse formato de passeio. Para dar mais um toque de terror no passeio, pelo menos 12 atores fazem parte da equipe, que revezam na encenação dos personagens.
Diante desse cenário um tanto assustador, o NE10 ouviu historiadores e pessoas que narram lendas consideradas vivas no imaginário popular do recifense, confira:
Fonte: NE10
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