A Era Vitoriana foi a época do reinado da Rainha Vitória, entre os anos de 1837 até 1901. A época podia ser considerada como puritana, mas a literatura e seus contos estavam longe disso. Os contistas e escritores, embasados em temas como morte, sobrenatural, sexo e dinheiro, ajudaram a divulgar a Era Vitoriana como macabra.
Na Europa e na América do Norte, os habitantes estavam se mudando para as cidades, o índice de alfabetização e de poluição aumentou consideravelmente. Foi nesta época que se iniciaram as vendas de folhetins, chamados de Penny Dreadfuls, “centavos do terror”, em livre tradução. Os folhetins eram baseados em pessoas reais ou inspirados em antigos contos góticos. Por serem baratos e populares entre o povo foram amplamente difundidos.
Devido à sua Rainha, que era envolta de luto desde que o marido havia morrido, a população começou a adotar o tema. Fotos post-mortem eram tiradas, sessões de espiritismo eram feitas e bonecos enfeitavam berços onde deveriam existir crianças de verdade.
Foi nessa época também que surgiu Jack, o Estripador, que assassinava prostitutas. O caso ganhou ampla divulgação nos jornais, que julgavam a polícia por não ter conseguido capturar um único homem. Jack, o Estripador nunca foi encontrado. Para acompanhar uma época terrível com tachas de morte altas, miséria e poluição, surgiram contos e histórias terríveis que exploravam esses temas.
Leia abaixo um resumo de oito contos de terror que marcaram a época:
1. A Porta Aberta - Margaret Oliphant, 1885
O conto fala sobre um jovem que escuta barulhos todas as noites. Os criados não acreditam nele. Dizem que o rapaz está ficando louco. Então, iniciam-se buscas ao suposto barulho e descobrem uma casa de um antigo criado. O pai, na esperança de salvar o filho da loucura, entra na casa e escuta vozes chorando e dizendo: “Oh, mãe, deixe-me entrar, deixe-me entrar”. O pai do jovem, ainda cético, tenta encontrar uma explicação racional para os barulhos. Logo, ele descobre que toda a cidade sabe sobre o passado da casa e acredita que é um portal entre os dois mundos. O mundo dos vivos e dos mortos.
2. A Mulher do Sonho - Wilkie Collins, 1855
3. O Casamento dos Finados- Nathaniel Hawthorne, 1837
4. A Máscara da Morte Escarlate- Edgar Allan Poe, 1842
Uma peste conhecida por Morte Escarlate assombra o país. Todos que a contraem morrem sangrando. Um príncipe conseguiu se isolar em sua pequena abadia junto a alguns amigos com comida suficiente para se manterem isolados. Um dia, o Príncipe resolve dar um baile de máscaras para entreter a população. Até que aparece um estranho, o qual nenhum deles havia visto antes. Ele estava coberto de sangue, assim como suas roupas. O Príncipe, se sentindo afrontado pela aparição do homem doente, resolve matá-lo. Mas antes que atinja a faca no estranho, o Príncipe cai morto. Todos morrem em seguida e a abadia é dizimada.
5. Carmilla, A Vampira de Karnstein - Joseph Sheridan Le Fanu, 1872
Mas, depois, todos percebem que a nova visitante tem hábitos estranhos. Nunca acorda antes do meio-dia, dorme com quarto trancado e não suporta ouvir hinos fúnebres. Na mesma época em que ela chega no castelo, mulheres de aldeias próximas morrem. Também, a filha do dono do castelo começa a passar mal. Com medo pela filha, o dono do castelo a leva para viajar. Na viagem, eles conhecem um homem que relata uma história sobre uma recém-chegada que matou sua sobrinha com os mesmos sintomas que a filha do dono do castelo.
No passado, duas irmãs estavam apaixonadas pelo mesmo homem, um músico estrangeiro que seu pai contratara. Maud, a irmã mais velha, ganhou o coração do músico, casando-se secretamente com ele e tendo uma filha. A irmã mais nova, Grace, ficou furiosa com isso e revelou tudo para seu pai. Em um acesso de raiva, o senhor feriu a criança com uma bengala, e enquanto Grace assistia com uma cruel satisfação, a criança foi levada para morrer na neve.
No entanto, anos passado esse caso, e após a morte de Maud, ela e sua filha, assim como o pai e músico, aparecem como fantasmas para Grace e os novos moradores da antiga mansão. Uma enfermeira, Rosamond, vai para a mansão cuidar da velha Maud. Um dia, voltando da Igreja, ela é encontrada quase morta: ela havia visto diversas pegadas de uma criança, e a havia seguido. Rosamond continua vendo a menina, insistindo que a porta da mansão ficasse aberta para ela poder entrar. Depois disso, Grace conta a história de sua juventude para Rosamond, que vai embora.
7- A carruagem fantasma, Rudyard Kipling em 1888
O narrador, Jack, tem um tórrido romance com a casada Sra. Wessington. Rapidamente sua paixão morre, e seu fogo se extingue com um ‘final lamentável’, e ele tenta libertar-se dela. Mas mesmo dizendo a ela que ele não consegue mais suportá-la, a senhora se recusa a acreditar que eles não podem viver felizes para sempre. Ele faz planos para se casar com outra mulher, e a Sra. Wessington fica perturbada e morre. Jack fica feliz com a sua morte, mas ele continua a vê-la em sua carruagem, passeando pela cidade. Então ele vê que a Sra. Wessington ainda tem amor para dar, Jack querendo ou não.
No romance gótico um homem entra em uma loja de antiguidades e compra um pé mumificado que supostamente pertencia a uma princesa egípcia. Ele pretendia usar o pé como um mero peso de papel.
Durante as noites, ele passa a conversar com a princesa em seus sonhos, o protagonista acaba se apaixonando até pedir a mão de Hermonthis em casamento, a qual é recusada, visto que ele tem apenas 27 anos e Hermonthis tem mais de 30 séculos de existência, e muita bagagem cultural. Ao ser rejeitado pela princesa, ele fica desolado, principalmente quando a sua paixão para de visitar seus sonhos, então ele descobre que o pé da garota que antes estava em sua mesa, havia se transformado em um peso de papel.
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