Você entraria em um cemitério à noite? E se fosse para ouvir as mais horripilantes histórias de terror contadas por um personagem que, supostamente, dorme dentro de um caixão? O Serviço Funerário do Município de São Paulo também participou da programação da Virada Cultural 2014.
Os fãs de histórias assombradas tiveram um encontro marcado com o lendário ícone do terror Zé do Caixão, na capela do Cemitério da Consolação. O ator recebeu o público corajoso – ou medroso – a partir da meia-noite, para ouvir seus impressionantes casos de terror, que não deixaram ninguém dormir sossegado.
A programação contou também com uma projeção no muro do estacionamento do cemitério, realizada pelo grupo Várzea Ilustrada, na madrugada de sábado para domingo, das 20h às 5h30. Na projeção, a técnica utilizada é o live painting, desenho feito ao vivo com animação frame a frame (quadro a quadro).
Foi a primeira vez que o cemitério da Consolação integrou o circuito de atrações do evento em São Paulo. Mojica, que esteve antes no Cine Sesc acompanhando a exibição de seu clássico "À Meia Noite Levarei Sua Alma", começou a contar suas histórias por volta de 0h40 para um público de aproximadamente 300 pessoas.
Ele falou da carreira, rogou pragas, e contou histórias assustadoras, como a de um batateiro que conheceu no passado, e que caiu em sua frente, aparentemente morto. "Pediram para eu fazer ele levantar, atendi e falei pra ele levantar, o que de fato aconteceu, todos se assustaram, mas depois fiquei sabendo que era um ataque de catalepsia, mas já era tarde, a fama dele de morto vivo ficou pra sempre, até a família o abandonou", contou.
"Vão dormir lembrando do batateiro", comentou bem humorado ao UOL, após a apresentação. Ele lamentou não ter conseguido assustar tanto quanto gostaria. "Tinha muita gente".
Fã de Mojica desde os 13 anos, Amanda Gonzalez, 23 anos, adorou a experiência."Foi mágico", descreveu. Mas para ela não foi surpresa ir ao cemitério de madrugada. "Fiz intercâmbio em Londres, lá isso é comum, funciona como ponto de encontro para jovens que não podem ir aos pubs".
Para Marco Antônio, a atração principal não foi o Zé do caixão. "Soube dessa ideia da prefeitura de mudar conceito dos cemitérios de São Paulo, com o objetivo de mudar a relação das pessoas com esses espaços".
Segundo a superintendente do serviço funerário de São Paulo, Lucia salles, a idéia é justamente essa, valorizar os espaços dos cemitérios. "Queremos mudar conceito de fúnebre para parque de memória e de vida, tem valor histórico e artístico, na verdade é um museu ao ar livre", afirma.
Para Luis Henrique as histórias de terror do Zé do caixão serviu pra desassombrar o cotidiano de terror que as pessoas vivem em São Paulo. "Os gritos não me assustaram, o trânsito da cidade é bem pior".
Fonte: UOL e Catraca Livre
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