Cidades russas em pânico e comemorações no México marcam data do fim do mundo

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Cidades russas em pânico e comemorações no México marcam data do fim do mundo



É oficial: o ministro responsável pelas situações de emergência da Rússia diz ter acesso a "métodos para monitorar o que está acontecendo no planeta Terra" e que pode assegurar que o mundo não irá acabar em 21 de dezembro de 2012. Segundo o calendário maia, essa é a data em que um ciclo de 5.125 anos, conhecido como a Contagem Longa, supostamente chegará ao fim.

Afirmações semelhantes têm sido feitas pelo médico que chefia a saúde pública da Rússia, uma alta autoridade da Igreja Ortodoxa Russa, pelos legisladores da Duma e por um ex-DJ da Sibéria que recentemente se destacou no programa de televisão "Batalha de Médiuns". Outra autoridade propôs a abertura de processos contra russos que espalharem o boato.

A Rússia não é o único país que enfrenta o pânico causado pelo suposto fim do mundo. Na França, as autoridades pretendem vetar o acesso à montanha Bugarach, no sul, para evitar uma multidão de visitantes que acredita que esse lugar é sagrado e protegerá uns poucos escolhidos contra o fim do mundo.

O patriarca da Igreja Ortodoxa da Ucrânia recentemente emitiu um comunicado assegurando aos fiéis que "o Dia do Juízo Final certamente virá", mas será causado pelo declínio moral da humanidade, não pelo "chamado alinhamento de planetas ou o fim do calendário maia".

Por sua vez, o Estado de Yucatán, no México, que tem uma grande população maia, encara com leveza o boato sobre o fim do mundo. O governo planeja um festival maia em 21 de dezembro e, para mostrar que tudo continuará bem após essa data, uma nova edição do festival está programada para 2013.

Os russos se deixam levar muito pelas emoções, conforme testemunhou o reverendo Tikhon Irshenko durante sua visita à Colônia Penal n° 10 na aldeia de Gornoye. Os guardas disseram que a profecia maia aumentou muito a ansiedade geral e que alguns presos fugiram da colônia "devido a seus pensamentos perturbadores".

Ainda mais comuns na Rússia são relatos sobre compras movidas pelo pânico. Em Ulan-Ude, capital da região de Buriátia, cidadãos estão fazendo estoques de alimentos e velas para sobreviver em um período sem luz, seguindo instruções de um monge tibetano chamado Oráculo de Shambhala, que foi descrito em alguns noticiários da televisão russa. Houve um relato semelhante em um jornal local da cidade industrial de Omutninsk, a cerca de 1.100 quilômetros a leste de Moscou.

Viktoria Ushakova, a editora-chefe do jornal, disse que publicou o artigo como mero entretenimento na seção "Relax", publicada na última página. Isso causou pânico durante uma semana, o qual se espalhou pelas aldeias no entorno.

"Não devemos falar sem parar sobre o fim do mundo, e eu digo isso como médico", disse Leonid Ogul, membro do comitê de Meio Ambiente do Parlamento. "Algumas pessoas têm ataques cardíacos e outras partem para ações negativas."

Maria Eismont, colunista do jornal "Vedomosti", argumentou que a guinada recente do governo para o conservadorismo religioso arcaico abriu o caminho para as ideias apocalípticas. Ela observou que, no julgamento por blasfêmia contra a banda punk Pussy Riot, no verão passado, as jovens da banda foram condenadas com base, entre outros aspectos, em pareceres de clérigos ortodoxos dos séculos 4° e 7°.

"É injusto considerar Omutninsk um local marcado pelo misticismo florescente", escreveu. "Se cossacos em trajes operísticos marcham no centro de Moscou e a Duma está cogitando seriamente impor punições pela violação dos sentimentos dos crentes, então por que as pessoas não deveriam comprar fósforos por temer labaredas cósmicas?"


Festival comemora legado da cultura maia no México

O Festival de Cultura Maia 2012 – O Tempo, com organização do governo do Estado de Yucatán, acontece de 14 de dezembro até 22 de dezembro, em Mérida, no México. A programação conta com conferências, mesas redondas, simpósios, apresentações de livros, programas de leitura, narração de história para crianças, cinema, shows, exposições. As atividades ficarão a cargo de representantes da ciência, astronomia, astrologia e gastronomia.

O evento tem como objetivo o reconhecimento do papel e da importância dos maias para formação da identidade cultural e histórica de Yucatán.

Toda a programação do festival está no site www.festivalculturamaya.com


Rave do Fim do Mundo

O Synthesis Festival começou ontem em Chichén Itzá no México, o festival vem sendo chamado de "rave do fim do mundo". Ele celebra e brinca com a profecia imaginária que "diz" que o mundo vai acabar.

A cidade de Chicén Itzá fica a cerca de duas horas e meia de Cancun, e abriu espaço para abrigar até um camping com capacidade para estimadas 2.000 barracas. Haverá shows, palestras, brincadeiras, dança e muita música antiga e moderna, com ênfase nos artistas "eletrônicos".

O festival promete acordar até os feiticeiros maias mortos e enterrados na região. O governo mexicano colabora com um imenso aparato de segurança, que protegerá não só o festival, mas já atua em todas as principais praias mexicanas.

Militares das três forças exibem um soberbo aparelhamento, inclusive armas de uso apenas em grandes conflitos. A ideia é que tal exibição iniba qualquer ideia de gangues de traficantes de criar alguma má surpresa no país, que, devido ao frenesi do "fim do mundo", atraiu quase 70 milhões de turistas nos últimos 18 meses --apenas nas cidades que abrigaram os maias.

O povo maia viveu no que é chamada hoje de Península do Yucatán e chegou até a Guatemala. Seu declínio dramático acelerou cerca de 300 anos antes da chegada dos conquistadores espanhóis, mas já haviam sido dominados, séculos antes, por outros povos pré-colombianos, como os toltecas.


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