Estátua da lenda do Cabeça de Cuia em Teresina ganha intervenção artística no combate ao Covid-19

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Estátua da lenda do Cabeça de Cuia em Teresina ganha intervenção artística no combate ao Covid-19


A estátua do Cabeça de Cuia, personagem de lenda piauiense que virou monstro após matar a mãe com um osso, foi fotografada usando máscara como medida de proteção contra o novo Coronavírus. O busto fica na entrada do parque Encontro dos Rios, na zona Norte de Teresina, em uma das principais avenidas da região.

A ideia surgiu da dupla artística Gualberto Sousa e Aroldo, que em meio as diversas formas utilizadas para combater o vírus, decidiram usar a arte para complementar esta grande campanha em que todos devem estar envolvidos.

"A ideia da máscara é uma proposta para chamar a atenção para este novo hábito que adquirimos na quarentena e precisa continuar. O Cabeça de Cuia é uma de nossas lendas mais conhecidas. Acho que vai chamar a atenção das pessoas e isso é bom no momento em que os poderes públicos estão num esforço gigantesco para fazer as pessoas entenderem a gravidade da Covid-19", declarou Gualberto Sousa, assessor de Marketing do 180, publicitário e artista plástico.


A Lenda do Cabeça de Cuia


Cabeça de Cuia é um mito da região nordeste do Brasil, mais precisamente contado no estado do Piauí, ao longo da bacia do Rio Parnaíba. Há várias versões de lendas que envolvem a figura do Cabeça de Cuia.

A mais conhecida delas conta a história de Crispim, um garoto de família pobre que morava às margens do rio Parnaíba. Certo dia ele volta para casa após uma pescaria e encontra apenas uma sopa de ossos para o almoço. Sua mãe havia preparado uma sopa com ossos de boi, pois a família era pobre e não tinha condições para mais que isso.

O filho, num acesso de fúria, se revolta com a comida e inicia uma discussão com a mãe a ponto de agredi-la com o osso do boi que a mulher havia preparado. Crispim a golpeia e a mata a mãe, mas antes de morrer ela lhe joga uma praga da qual só estaria livre quando conseguisse devorar sete virgens de nome Maria. Enquanto isso não acontecesse ele viveria como um monstro marinho disforme, feio e com a cabeça tão grande como uma cuia.

Até hoje, as pessoas mais antigas proíbem suas filhas virgens, principalmente as de nome Maria, de lavarem roupa ou se banharem nas épocas de cheia do rio. Alguns moradores da região afirmam que o Cabeça de Cuia, além de procurar as virgens, assassina os banhistas do rio e tenta virar embarcações que passam pelo rio. Outros também asseguram que Crispim ou, o Cabeça de Cuia, está com remorso e procura as mulheres para buscar o perdão de alguma Maria, na esperança de ainda receber o perdão de sua mãe.

A Prefeitura de Teresina instituiu, em 2003, o Dia do Cabeça de Cuia, a ser comemorado na última sexta-feira do mês de abril.

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