A tradição inglesa de contar histórias de terror na véspera de Natal

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

A tradição inglesa de contar histórias de terror na véspera de Natal


Qual é tradição de Natal da sua família? Amigo Secreto? Passas no arroz? Vestir roupa nova para ficar na sala de casa? De tempos em tempos, a festa natalina vai ganhando novas características.

Já houve um tempo em que a tradição era se reunir diante da lareira para contar histórias de terror. Não, nós não estamos publicando um texto de Dia das Bruxas na data errada, e você vai entender o porquê do Natal já ter sido uma das épocas mais assustadoras de todo o ano.

Natal europeu macabro X Natal americano açucarado 

Contar histórias de terror no Natal virou hábito de todas as classes sociais na Inglaterra a partir da revolução industrial.


Frio, neve e as ruas das cidades mais famosas da Europa cercadas de luzes natalinas. Parece um cenário de um filme, certo? Pois antes da invenção e da popularização da eletricidade, o inverno europeu não tinha nada de mágico.

A escuridão causada pelos dias mais curtos do ano, o frio do inverno e a umidade trazida pela neve tornavam essa época do ano bem difícil — principalmente se você fosse pobre e não tivesse dinheiro para um belo casaco de pele. Esse cenário era tão assustador que os ingleses da Era Vitoriana (1837-1901) se reuniam na noite de Natal para contar histórias de terror. Esse hábito se tornou popular por várias razões.

A primeira delas é que as noites mais longas impediam as pessoas de trabalharem no campo e isso as obrigava a ficar mais tempo em casa. Em um mundo sem TV, rádio e, obviamente, internet, a única forma de entretenimento eram as longas conversas ao redor da lareira.

Você pode estar se perguntando sobre os livros. É lógico que eles seriam a companhia perfeita para os invernos rigorosos. No entanto, a maioria esmagadora da população europeia era analfabeta.

Contudo, isso começou a mudar com a Revolução Industrial — e foi aí que as histórias de terror natalinas se tornaram um lucrativo negócio.

Contar contos de férias cheios de terror continuou a ser um assunto de família na Inglaterra, mesmo quando eram lidos em vez de recitados. “Sabemos por ilustrações e diários que famílias inteiras leem esses periódicos juntas”, disse Moore.

A popularidade das histórias de fantasmas do Natal vitoriano também transcendeu o status socioeconômico, de acordo com Moore. Eles estavam disponíveis para leitura em todos os lugares, desde publicações baratas a caros anuários de Natal que as senhoras de classe média exibiam em suas mesinhas de centro.

“Na América, geralmente tínhamos um pouco de resistência ao sobrenatural de uma forma que os países europeus não tinham”, explica ela. “Quando você veio para a América, você veio de um novo começo. Você veio com uma mentalidade secular e a ideia de que estava deixando o passado para trás. E algumas dessas superstições assustadoras eram consideradas parte do passado. ”

Outra razão pela qual contar histórias assustadoras nunca decolou como tradição de Natal nos Estados Unidos foi porque se tornou mais firmemente estabelecida como uma tradição de Halloween, graças aos imigrantes irlandeses e escoceses.

Contos de terror natalinos

Símbolos tradicionais do Natal como a guirlanda não estavam presentes na Era Vitoriana.


Em entrevista ao History, a folclorista e historiadora Sara Cleto conta que muitos trabalhadores que se mudaram para as cidades na época da Revolução Industrial sentiam saudades dos bons tempos da infância, quando os adultos contavam histórias aterrorizantes nas noites de Natal.

É por isso que, com a avanço da imprensa e da capacidade de produzir livros com mais agilidade, muitos autores se dedicavam por meses escrevendo livros de terror para serem publicados no inverno. Muitos desses livros tinham histórias populares que faziam parte da infância das pessoas daquela época.

Se pararmos para pensar, vários símbolos natalinos, como árvore de Natal, guirlandas e até o Papai Noel, são muito recentes historicamente. É por isso que, talvez, o Natal da infância dos seus avós não tenha muita semelhança com o seu — e nenhum deles se parece com o Natal dos europeus da Era Vitoriana.

Uma época alegre e festiva para túmulos, cadáveres, assassinatos e sangue

Não era só de fantasmas que vivia a Era Vitoriana, duendes vinham logo atrás como habitantes preferidos dos contos de terror.


Sempre que cinco ou seis pessoas falantes de inglês se reúnem ao redor da lareira na véspera de Natal, elas começam a contar histórias de fantasmas. Nada nos satisfaz mais na véspera de Natal do que ouvir e contar anedotas autênticas sobre espectros. É uma época alegre e festiva, e adoramos ficar contemplando túmulos, cadáveres, assassinatos e sangue” Esta citação vem da coleção “Told after supper” escrita em 1891 pelo humorista Jerome K. Jerome. Ele não é o único autor que nos dá pistas sobre a importância da tradição inglesa de contar histórias assustadoras nos meses de inverno, e no natal em particular. Na peça “Um Conto de Inverno”, de 1623, Shakespeare menciona “histórias de espíritos e duendes” para o inverno, e na peça de Christopher Marlowe “O Judeu de Malta”, de 1589, o personagem título relembra ter ouvido, em sua juventude “histórias de inverno” “de espíritos e fantasmas”.

No romance “As aventuras do clube Pick Wick”, de Charles Dickens, o Sr. Wardle informa aos membros do clube: “nosso costume invariável é que todos se sentem conosco na véspera de Natal, como estão agora, empregados e todos mais; e aqui esperamos que o relógio marque a meia-noite, para receber o Natal, e encantá-los com prendas e histórias antigas”. O Sr. Wardle então conta a história de como os duendes levaram o velho Gabriel Grub na véspera de Natal.

Contar histórias de fantasmas na véspera de Natal pode parecer estranho hoje em dia, pois associamos essa época muito mais com alegria, boa comida e momentos felizes em família, e para nós brasileiros em particular, com calor, praia e férias. Mas, no hemisfério norte, onde o Natal acontece em pleno inverno e as pessoas ficam mais em casa, dá para entender porque a história de fantasma seria uma boa escolha para passar a véspera de natal em família. Afinal que ambiente é melhor para ouvir uma bom conto de terror do que uma noite fria, com neve lá fora e a família reunida e quentinha em torno da lareira?

Essa tradição atingiu seu ápice durante a era vitoriana. Isso aconteceu por uma combinação de fatores, entre os quais talvez o principal tenha sido o boom de publicações periódicas.

O mercado editorial na Inglaterra do século XIX experimentou um grande crescimento depois da abolição do imposto sobre publicações de jornais e revistas (stamp tax). Com o fim deste tributo, duramente criticado como um “imposto sobre o conhecimento”, os preços dos periódicos caíram e sua venda aumentou. Além disso, a Revolução Industrial tinha tornado a publicação em massa mais fácil e barata, e começava também a mudar o panorama social, com o aumento da população urbana e, para uma parcela da sociedade, a possibilidade de ter mais tempo livre para o lazer. Editores de jornais e revistas viram uma oportunidade nessas mudanças: havia um público leitor crescente que podia comprar as revistas e periódicos mais baratos. Assim, os editores começaram a publicar contos e até livros inteiros, divididos em capítulos. As pessoas liam estes textos mais ou menos do mesmo jeito que hoje em dia nós assistimos filmes ou séries em plataformas online como Netflix, Hulu ou Amazon prime. Muitas vezes as famílias até liam juntas, assim como nós vemos TV juntos.

Conforme o fim do ano ia chegando os periódicos começavam a preparar seus números especiais de Natal/fim de ano. Afinal, o Natal era a época em que as pessoas ficariam em casa com seus familiares, e aproveitariam para colocar as leituras em dia. Então, seguindo a tradição oral estabelecida por séculos antes da popularização de produtos editoriais, os editores publicavam histórias de fantasmas em seus números especiais de Natal. Essas publicações ficaram tão populares que acabaram se tornando parte dos festejos natalinos. Dessa forma, o mercado editorial reestabeleceu uma tradição oral, transportando-a para a palavra impressa e trazendo-a de suas origens rurais para o mundo urbano.

Charles Dickens e seus fantasmas natalinos

Fantasmas do passado, presente e futuro da obra Um Conto de Natal de Charles Dickens.


A explosão da popularidade das histórias de fantasmas natalinas publicadas em periódicos não foi resultado apenas da feliz coincidência entre a abolição dos impostos sobre publicações e os avanços tecnológicos e mudanças sociais resultantes da Revolução Industrial. Há mais um elemento que explica este processo, e você leitor o conhece muito bem: um certo livrinho chamado “Um conto de Natal” de Charles Dickens. (Para quem ainda não leu ou quer ler de novo, a edição da Antofágica com excelente tradução de Leonardo Alves e lindas ilustrações de Guilherme Petreca é mais que recomendada)

“A Christmas Carol”/“Um conto de Natal” não foi o primeiro texto escrito especificamente para o mercado editorial natalino, houveram outros como The Christmas dinner de Washington Irwin (1820), The Book of Christmas de Thomas K. Harvey (1835) e Morte d’ Arthur de Alfred Tennyson (1834), mas é a publicação de “Um Conto de Natal” que marca o início do texto natalino como fenômeno editorial de massa. Em 24 de dezembro de 1843 o livro já tinha vendido 6.000 cópias, e de acordo com Robert Patten, em seu livro Charles Dickens and his Publishers, continuou a vender mesmo depois do Natal, com mais cópias vendidas “entre janeiro e abril de 1844 do que durante as festas natalinas”. Em Maio de 1844, “Um conto de Natal” já estava em sua sétima edição!

Obviamente a história do sovina Ebenezer Scrooge, que é visitado pelos fantasmas do Natal passado, do Natal presente e do Natal futuro, tinha conquistado os leitores. Ficou muito claro para os editores da época que o público queria mais histórias de fantasmas, e tanto melhor se fossem de temática natalina. De certa forma, Dickens e outros autores de histórias de fantasma natalinas estavam resgatando tradições antigas e trazendo-as para uma nova mídia. Enquanto antes estas histórias eram contadas pelos mais velhos, oralmente e ao pé do fogo, geralmente em cenários rurais, agora a história vinha editada em um livro ou revista e podia ser lida na sala de estar de qualquer casa na cidade grande.

O sucesso de “Um Conto de Natal” criou as condições para que a história de fantasma voltasse (ou melhor, continuasse) a ser parte da tradição natalina, só que de um jeito diferente. Dickens publicou mais quatro livros de temática natalina (The Chimes, The Cricket on the Hearth, The Battle of Life e The Haunted Man and the Ghost’s Bargain) mas sua maior contribuição para esse fenômeno cultural foi como editor dos periódicos Household Words e All Year Round, que todos os anos tinham um especial de natal com textos do próprio Dickens e de diversos autores e autoras. Outras publicações como The Cornhill Magazine, St. James Magazine, Belgravia, Temple Bar, Saturday Review, Tinsley’s Argosy e St. Paul’s logo começaram a publicar seus próprios especiais de Natal, que sempre incluíam histórias de fantasmas.

Fantasmas vitorianos, valores vitorianos

Valores conservadores da Era Vitoriana foram refletidos na literatura, onde os fantasmas atuavam como agentes moralizantes da sociedade.


Nós, leitores modernos, estamos tão acostumados com a narrativa de “Um Conto de Natal”, e suas inúmeras adaptações para filmes, séries e animações, que de vez em quando chegamos até a esquecer o quão assustador o texto realmente é. Scrooge é assombrado por diversos fantasmas e visões durante a narrativa, começando pelo fantasma de seu falecido sócio Jacob Marley, que surge no meio da noite arrastando as já clássicas correntes que muita vezes associamos com fantasmas, até a premonição horripilante de sua própria morte. Boa parte do que acontece em “Um conto de Natal” é, de fato, material clássico de uma história de fantasma. Mas para o leitor atual o termo “história de fantasma” pode evocar imagens mais violentas e explícitas do que aquelas descritas por Dickens em seu texto.

O leitor do século XXI é uma espécie completamente diferente do leitor do século XIX. Com cinema, tv, internet e inúmeras outras mídias à nossa disposição, temos acesso a todo tipo de imagem que a mente humana pode imaginar. Efeitos especiais e computação gráfica podem criar diante de nossos olhos qualquer criatura fantástica, fantasma ou monstro. De certa forma, não “precisamos” imaginar, mas precisamos de muito mais estímulo para nos interessarmos por uma narrativa. O leitor vitoriano não tinha esse luxo. A lanterna mágica era o mais próximo do cinema que esse público podia chegar. Essa engenhoca, criada no século XVII, era um tipo de projetor que usava imagens, fotos, desenhos ou gravuras estampados em placas de vidro transparente, alguns truques permitiam mover as imagens e até contar histórias com elas. Uma das formas mais populares eram as chamadas “fantasmagorias”, na qual uma ou várias lanternas mágicas projetavam imagens assustadoras de fantasmas, esqueletos ou demônios nas paredes, usando diversos efeitos especiais.

Tudo isso pode parecer meio bobo para quem está acostumado com os efeitos especiais do cinema atual, mas no século XIX, quando boa parte da população ainda era rural, e a Revolução Industrial apenas começava a dar os primeiros passos rumo aos avanços tecnológicos que mudariam o mundo com uma rapidez alucinante no século seguinte, os fantasmas podiam ser mais sutis. Na verdade, o grande trunfo da história de fantasma vitoriana está mais no que ela não mostra do que naquilo que ela mostra, e do quanto deixa à imaginação do leitor.

Vejamos por exemplo a história de Ada Buisson “Uma convocação fantasmagórica” (A Ghost’s Summons, disponível AQUI), publicado em 1868 na revista Belgravia, fundada pela escritora Mary Elizabeth Braddon. Neste conto, em uma véspera de Natal, Frederick Kead, um jovem médico em início de carreira recebe a visita de um paciente misterioso. O homem insiste que recebeu uma convocação do além, e que morrerá nas próximas horas, pede a Kead que o assista em seu leito de morte, e lhe oferece mill libras pelo serviço. Kead, assim como o leitor, é um espectador. Ele não é o protagonista dos eventos sobrenaturais que relata, mas apenas um observador externo, que só está ali por acaso. Ele está presente quando os eventos se desenrolam, mas não faz ideia do que os causou.

Outro exemplo interessante é “O conto da velha ama” ( The Old Nurse’s Tale) de Elizabeth Gaskell publicado pela primeira vez no especial de Natal de 1852 da revista de Charles Dickens Household Words (o conto foi traduzido no Brasil por por Marina Pereira para a coletânea “Vitorianas Macabras” da editora Darkside). Hester, uma velha ama, conta uma história para os filhos de sua patroa, Rosamund. Ela conta que quando Rosamund ficou órfã ainda muito pequena, foi enviada para viver com parentes em uma distante casa de campo. Hester, que já era ama de Rosamund na época, foi junto. Neste lugar ermo e desolado, a pequena Rosamund é assombrada pelo espírito de uma menininha, e Hester acaba, sem querer descobrindo um trágico segredo da família. Assim como o Dr. Kead no conto de Ada Buisson, Hester também é uma observadora periférica de um drama sobrenatural do qual ela não é parte ativa.

É muito comum que o narrador ou narradora da história de fantasma vitoriana seja um empregado doméstico, ou alguém que presta algum tipo de serviço como médicos, tutores ou advogados. Ou seja alguém que não está diretamente envolvido com os eventos, mas cuja presença se explica por sua função profissional, que lhe permite observar tudo. Esse mecanismo narrativo serve para manter o mistério, pois as razões pelas quais as assombrações acontecem em geral tem a ver com segredos de família, crimes não revelados e pecados secretos, muitas vezes cometidos e ocultados por membros das classes mais privilegiadas, sejam aristocratas ou burgueses.

A narrativa gótica do fim do século XVIII geralmente tem palácios e castelos como cenários, e seus protagonistas são aristocratas que sofrem ou causam tragédias familiares, disputas pelo poder, amores não correspondidos ou proibidos. Nesse gênero, as assombrações são um elemento simbólico das paixões e pecados humanos. A narrativa vitoriana funciona em escala menor e mais doméstica: o cenário é geralmente uma casa, muitas vezes uma casa de campo, e os protagonistas são uma mescla de membros da elite, da burguesia e empregados e servidores. Na história de fantasma vitoriana, a assombração geralmente tem uma “função”: seja terminar um assunto que não ficou resolvido, revelar a causa de sua morte ou fazer com que os vivos se arrependam de seus erros.

Esse elemento “moralizante” é claramente visto em “Um conto de Natal”. Os fantasmas que assombram Scrooge tem um propósito específico: fazer com que ele reconheça seus erros e se torne um homem melhor e mais generoso. Em seu artigo “Victorian Ghost Stories and the Christmas Market”, Caley Ehnes argumenta que os fantasmas de Dickens “tentam corrigir os males sociais da sociedade moderna através de uma aplicação secularizada de valores e comportamentos cristãos.”. De acordo com Ehnes, as histórias de fantasmas seriam uma espécie de defesa de valores tradicionais frente à crescente modernização trazida pela Revolução Industrial, e aos problemas sociais que resultavam dela, como as condições desumanas de trabalho, a pobreza extrema nos centros urbanos e a falta de assistência para pessoas vulneráveis, como mulheres e crianças. O consumo desse tipo de literatura representaria um retorno nostálgico a um ideal pré-industrial que tinha a ver não apenas com valores religiosos como a redenção e a caridade, mas também com uma valorização do lar, da família e de um passado que, comparado com o mundo industrializado, parecia mais simples e feliz. O Natal era o período perfeito para a circulação deste tipo de produto cultural.

Segundo um levantamente feito pelas autoras Lynette Carpenter e Wendy Kolmar para o livro Ghost Stories by British and American Women: A selected annotated bibliography entre 50% e 70% das histórias natalinas de fantasmas publicadas nesse período foram escritas por mulheres. Podemos imaginar que, em uma época na qual não se permitia grande autonomia às mulheres, seria mais fácil para autoras fazer sucesso com histórias que tivessem um apelo mais sentimental e doméstico como os contos de natal. Mas não é por terem essa aspecto de sentimentalidade e por serem produtos altamente comerciais que estes contos são uma literatura “menor”.

Os autores e autoras que escreviam os contos fantasmagóricos de Natal, tiravam sua inspiração de tradições orais, reflexões sobre problemas sociais da época, como a situação dos trabalhadores das fábricas ou de serviçais domésticos e tradições literárias anteriores, como o romance gótico. Através destes contos, temos um panorama da era vitoriana, que incluía as relações entre empregados e patrões, valores morais e religiosos, tensões de classe, desigualdades de gênero e as pressões sociais e econômicas exercidas pelas mudanças políticas e tecnológicas.

Esse registro só foi possível porque a literatura vitoriana tirou os fantasmas dos castelos e os colocou dentro de casa, bem na sala de estar, e na véspera de Natal.

Fantasma do futuro ataca Scrooge em adaptação teatral da obra Um Conto de Natal.

Fontes: Mega Curioso, History e A Biblioteca Noturna

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