O mistério do passageiro de Taured que intrigou autoridades japonesas

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

O mistério do passageiro de Taured que intrigou autoridades japonesas

O chamado 'Passageiro de Taured' intrigou as autoridades japonesas em 1954 e até hoje é um enigma para investigadores.

Em julho de 1954, autoridades do aeroporto de Haneda em Tóquio deram de cara com uma situação bizarra: um homem vindo da Europa surgiu com um passaporte de um país chamado Taured, que ficava no continente, segundo ele. Intrigados, os investigadores o chamaram para um interrogatório e aí tudo ficou ainda mais estranho!

Segundo o homem, essa era sua terceira viagem para o Japão somente naquele ano (54) e que nos últimos anos ele frequentemente viajava para o país para sua empresa. Mas os funcionários não conheciam o homem, não tinha registro dele, muito menos sabiam que país era Taured. Pra ficar tudo ainda mais bizarro, o seu passaporte confirmava a história.

De acordo com o misterioso homem, seu país ficaria na divisa da Espanha com a França, ele nunca tinha ouvido falar de Andorra, onde apontou como a localização exata da sua nação.

Os papéis pareciam legítimos, documentos oficiais emitidos por alguma nação soberana atendendo todos os requisitos da legislação internacional. As palavras, no entanto, estavam escritas em caracteres estranhos, semelhantes ao árabe. Os selos e carimbos emitidos também pareciam genuínos, inclusive as estampas de entrada e saída de vários aeroportos ao redor do mundo. A fotografia também estava de acordo com o rosto do homem, apenas mais jovem.

Quando deram um mapa múndi para ele identificar o país de onde veio, o homem pareceu chocado. Ele disse que é mais ou menos onde fica Andorra, entre França e Espanha, porém muito maior. Além disso, o país fora fundado há mais de mil anos, então deveria estar no mapa.

Ele era caucasiano e tinha uma aparência convencional. Parecia um homem de negócios: vestindo um terno preto de corte moderno, gravata azul e sapatos bem engraxados, carregava uma valise de metal de visual incomum. Seus cabelos eram castanhos, os olhos azulados em um tom pálido, mas sua expressão refletia absoluta confusão. Ele suava demasiadamente e enxugava repetidas vezes a testa úmida com um lenço. Olhava de um lado para o outro como se estivesse estranhando alguma coisa no ambiente. Abordava pessoas enquanto tentava falar com elas, mas ninguém compreendia seu idioma incomum.

Ele mostrou então uma série de fotografias, moedas e cédulas retiradas de uma carteira de couro. Tudo parecia legítimo. As fotos eram do sujeito ao lado de uma mulher, supostamente sua esposa, e crianças, seus filhos. O dinheiro e as moedas eram perfeitas, em papel e metal idêntico ao emitido ao redor do mundo. Ele também tinha algumas cédulas estrangeiras, libras, liras, marcos e francos. Dois carimbos atestavam que ele estivera no Japão, mas as datas de entrada e saída eram absurdas: 1986 e 1988! Na valise papéis e documentos datilografados identificavam uma companhia que possuía sede em Tóquio, mas lá, ninguém havia ouvido falar do sujeito ou de Taured.

Espantados com tudo o que viram, os oficiais decidem levá-lo a um hotel e oferecer um quarto onde ele pudesse ser mantido até que a questão fosse resolvida. O homem foi escoltado para o Hotel e durante o percurso no automóvel observava curioso pela janela, falava em seu idioma inescrutável e finalmente cedeu ao desespero… ele chora e xinga.

No hotel retoma a compostura e aceita comer um lanche providenciado pelos guardas. Então sentindo-se cansado, deita na cama e dorme. Dois guardas são destacados para ficar na porta e impedir que ele saia até sua situação diplomática ser resolvida.

Na manhã seguinte, os guardas batem a porta e ninguém responde. Eles decidem usar uma chave reserva e entrar; encontram o aposento vazio. Há um leve cheiro de ozônio no ar. O Homem de Taured, no entanto, desapareceu.

A polícia estabelece que o homem só poderia ter deixado o aposento pela janela, embora o quarto fique no oitavo andar do hotel. Todos os objetos pessoais desapareceram com ele. Os guardas sustentam que ao menos um deles esteve na porta todo período. Na portaria do hotel, que fica trancada à noite, ninguém se recorda de ter visto a saída de um hóspede com a descrição do homem. O hotel é revistado de cima até em baixo, todos os quartos, salas e instalações. Nada é achado.

Tudo o que as autoridades encontram é um pedaço de papel amassado na lixeira com alguns símbolos e números anotados. Eles foram escritos no misterioso idioma presente no passaporte. Também notaram um estranha cheiro de ozônio no local onde o homem estava.

As autoridades emitem um alerta para deter o homem com a descrição se ele aparecer em algum aeroporto, estação ferroviária ou porto do país. Ele deveria ser parado imediatamente.

Ele não é visto novamente, o mistério jamais foi solucionado.

Por estranho que possa parecer, o Caso do Homem de Taurde é verídico. Ao menos, todos os fatos aqui narrados foram comprovados por testemunhas. As autoridades japonesas jamais conseguiram determinar o paradeiro do sujeito misterioso cuja identidade permanece um mistério.

Críticos desse incidente alegam que não há como comprovar que o incidente realmente aconteceu pela ausência de provas ou documentos. Tudo o que se tem são testemunhas – os agentes do aeroporto, guardas que escoltaram o homem e alguns passageiros. Um relatório foi escrito a respeito do ocorrido, mas as autoridades do aeroporto não foram capazes de produzir sequer esse documento que validaria o ocorrido.

Essa história foi escrita pela primeira vez no livro The Directory of Possibilities, de Colin Wilson e desde então foi confirmada em registros do governo japonês. Desde então um monte de possibilidades foi criada para explicar a história, a preferida dos teóricos da conspiração fala de um viajante interdimensional. Ele teria vindo de um lugar com uma Europa diferente da que temos nessa "dimensão", outra teoria (mais pé no chão) fala que foi uma brincadeira muito bem elaborada, com documentos falsos e um bom plano de fuga.


Outros passageiros misteriosos

Surpreendentemente, viajantes semelhantes apareceram em várias ocasiões. Em 1851, um homem foi encontrado vagando pelas ruas de Frankfurt no noroeste da Alemanha. Ele afirmava ser natural de um lugar chamado Laxaria no continente de Sakria. Outro homem que falava um idioma desconhecido foi capturado depois de roubar um pão em Paris no ano de 1905. Ele alegava ser um habitante de Lizbia, que as autoridades assumiram se tratar de Lisboa. Sua língua no entanto, não era o português e ele não reconhecia Portugal no mapa como sua Terra Natal.

Será que Taured fica em outra dimensão? E o que dizer de Laxaria e Liziba? Teriam essas pessoas atravessado para nossa realidade ou estavam perpetrando uma brincadeira?

Se eles pertencem a outra dimensão, como chegaram à nossa? Como o Homem de Taured teria voltado ao seu lugar de origem, se é que ele retornou, constitui um mistério ainda maior. O que teria acontecido com o homem? Será que, pessoas poderiam realmente cruzar o limiar entre realidades e desembarcar inadvertidamente em um mundo estranho? Qual seria a reação ao se ver de um momento para outro em uma dimensão que embora similar, guardava diferenças fundamentais?

Muitas questões que tudo indica, permanecerão sem respostas.

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