Como Matar a Besta, terror inspirado em lenda da fronteira entre Brasil e Argentina chega hoje aos cinemas nacionais

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Como Matar a Besta, terror inspirado em lenda da fronteira entre Brasil e Argentina chega hoje aos cinemas nacionais


A nova edição da Sessão Vitrine começa hoje, dia 28 de abril, com o terror Como Matar a Besta, coprodução entre Argentina, Brasil e Chile, com direção da argentina Agustina San Martín, premiada em Cannes de 2019, com seu curta “Monstruoso Dios”. O filme foi exibido em diversos festivais, entre eles Toronto e Festival do Rio, e estará nos cinemas com sessões a preços populares.

A roteirista e diretora argentina Agustina San Martín conta que muito da inspiração para seu longa de estreia, vem de sonhos. “Sempre tive sonhos memoráveis dos quais me lembro perfeitamente. E sempre deixo a porta aberta para eles, pois me mostram as coisas”, disse em entrevista ao site The Talks.


O filme tem como protagonista Emilia (a estreante Tamara Rocca), uma jovem de 17 anos que chega a uma cidade fortemente religiosa numa região fronteiriça em busca do irmão desaparecido com quem tem questões pendentes. Hospedada na casa de uma tia (Ana Brun), próxima a uma floresta onde, diz-se, uma fera apareceu semanas antes. Esta é a materialização de um homem mau que toma forma de diversos animais. O elenco ainda inclui a participação do ator João Miguel, como um homem com quem a protagonista cruza na busca pelo irmão.

Para San Martín, seu filme é uma combinação de diversos elementos folclóricos e mitológicos da região norte da Argentina. “Sempre gostei de inventar mundos. Sempre achei a ficção mais empolgante do que a vida real, por isso sempre gostei de filmes de terror.” O filme tem atraído a atenção desde quando foi exibido em Toronto, em outubro passado, e comparado à obra de David Lynch pelos seus aspectos fantásticos e surreais.

A diretora se confessa uma cinéfila assistindo a filmes de todas as partes do mundo, e com o interesse de trabalhar em diversos países. “Eu me recuso a ser uma única coisa. E, embora eu ame a Argentina e seu cinema, eu tento fazer o exercício de me imaginar não-argentina. Fazer filmes apenas em espanhol é uma limitação. Vejo filmes de diversos países, e eu amo o cinema exatamente por isso. Posso simpatizar com histórias e pessoas de outros lugares completamente diferentes de onde moro. Interessa-me muito explorar essas possibilidades, que são marcadas não necessariamente por ser argentina, mas por ser humana.”

A Região das Missões, no sul do Brasil e norte da Argentina, é um desses lugares inusitados que San Martín quis explorar. Ela já havia rodado três curtas no mesmo cenário, que diz amar. “Ali há tantos descendentes de tantos lugares, falando línguas, uma mistura de português com ucraniano e espanhol. É um lugar muito especial, do qual sou muito próxima.”

“Sempre gostei de ser muito barroca com os elementos de um filme. Quanto mais, melhor. Por isso, pensei na fotografia e no som muito peculiares para esse filme. Eu gostaria que isso pontuasse o que há de fantástico no longa. Sempre houve a intensão de algo fantástico, onírico de uma paisagem mística. Tentamos criar uma espécie de bruma envolvendo o lugar o tempo todo.”

A Sessão Vitrine 2022 foi contemplada pelo Proac Direto 38/2021, programa de fomento do Governo do Estado de São Paulo e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.


Confira o trailer:


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