Nos dias 09 e 10 de outubro, o Drive In das Américas, do Espaço das Américas em São Paulo - SP, recebe as primeiras sessões da turnê da comédia besteirol O Mistério de Irma Vap, que tem como protagonistas a dupla Luis Miranda e Mateus Solano.
A trama original se passa em um lugar remoto da Inglaterra e conta a história de Lady Enid, a nova esposa do excêntrico Lord Edgar. Ela tem que se adaptar a viver em uma mansão mal-assombrada pelo fantasma da primeira esposa de seu marido, Irma Vap - lugar onde o filho do casal foi morto por um lobisomem.
Na casa, há uma governanta que assume a posição de rival da recém-chegada. Para retomar o amor de seu marido, Lady Enid come o pão que o diabo amassou e pratica peripécias divertidas. Em cena, dois atores interpretam os vários personagens, entre humanos e assombrações.
Diferente da história original, a versão apresentada no Drive In das Américas é situada em um trem fantasma de um parque de diversões macabro. “Usamos como referência os filmes de terror, como "Pague para Entrar, Reze para Sair", de Tobe Hooper; "Rebecca", de Alfred Hitchcock e a estética dos anos 80. Mergulhamos também no universo do videoclipe de Thriller, de Michael Jackson, que foi dirigido pelo cineasta John Landis, uma referência do que é um filme de horror. Além disso, a obra também tem várias citações de Shakespeare, principalmente de Hamlet. Desfragmentamos todas as camadas do texto para ver o que estava por trás dele e ressignificar a obra”, conta o diretor e encenador Jorge Farjalla.
O cenário de Marco Lima é um trem fantasma, com o carrinho utilizado de forma manual, artesanal e mecânica. Tudo construído com madeira, ferro e materiais simples. As luzes do cenário piscam e as portas abrem e fecham. Na montagem, os quatro atores “vodus contrarregras” fazem a movimentação do cenário. Todo palco está aberto, mostrando a caixa cênica, sem bambolinas, sem rotundas, revelando o maquinário do teatro e não escondendo nada. “O cenário foi inspirado no filme de terror dos anos 80, Pague para Entrar, Reze para Sair. É todo teatralizado”, detalha Marco Lima.
A iluminação de César Pivetti é quase uma personagem. São vários efeitos, 300 movimentos de luz. “Procurei usar algumas tonalidades que remetessem ao clima de trem fantasma e escolhi dois tons de lavanda. Posicionei as máquinas de fumaça, criando um pântano. Com os refletores de chão e com toda a possibilidade de cenografia, conseguimos criar essa região pantanosa”, comenta César.
O figurino de Karen Brusttolin é todo feito à mão, por uma equipe composta por sapateiro, chapeleiro, costureira, bordadeira, designer de adereços e envelhecimento. O tecido utilizado foi o jeans, para dar um ar contemporâneo. São sete trocas de roupa, referências e universos diferentes que transitam desde a era medieval até David Bowie. “Temos trocas de roupas muito rápidas. O diretor optou por revelar essas mudanças ao público. Pensei que este figurino deveria ser feito em camadas, criei a roupa “base” como bonecos de vodu. Depois disso fui lapidando cada roupa pensando nas necessidades de cada ator, para que essas trocas pudessem acontecer com fluidez”, conta Karen.
A trilha musical é quase cinematográfica, pontua as cenas e as ações dos atores. As escolhas foram feitas em cima da opção do diretor de ambientar a peça no trem fantasma. A referência, como já citada no release, foi o cinema de terror das décadas de 70/80. “Não é tão comum usar a música no teatro desta maneira. Eu bebi bastante a fonte do filme Pague para Entrar, Reze para Sair, por sugestão do Farjalla. Apesar do clima de terror, o humor está tanto na caricatura de cenário, figurino, atuação dos atores, quanto na música. Então essa caricatura do terror, da tensão, do suspense, traz consigo o humor, porque fica às vezes tão bizarro, que torna a coisa engraçada”, finaliza o diretor musical Gilson Fukushima.
Os ingressos custam R$ 320,00 e em cada carro são permitidas até quatro pessoas por veículos. A temporada em SP acontece apenas até o dia 10, sábado, a partir das 21h. A abertura da casa acontece às 20h. A expectativa é que após São Paulo, o espetáculo também visite cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador.
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