Dirigido por Mati Diop, a primeira mulher negra a ser indicada para o prêmio de maior importância do Festival de Cannes, Atlantique tem amor, mistério e todos os ingredientes de um filme perfeito.
A roteirista, fotógrafa, atriz e diretora francesa Mati Diop nunca abandonou as raízes senegalesas de sua família e herdou do seu tio, Djibril Diop Mambéty, que é considerado um dos maiores cineastas africanos, a paixão pela sétima arte. Ela o homenageou no curta Mille Soleils (Mil Sóis), que se conecta com Touki Bouki: A Viagem da Hiena, obra mais festejada de Mambéty.
Atlantique, de 2019, marca estreia de Diop em longas após uma série de curtas nos quais exercitou seu talento narrativo. Com roteiro dela própria, junto com Olivier Demangel, o filme nos apresenta a jovem Ada (Mame Sane). Ela é apaixonada por Souleiman (Ibrahima Traoré), que trabalha como pedreiro, apesar de estar com casamento marcado com Omar (Babacar Sylla), filho de uma rica família da região onde a ação acontece, nos arredores de Dakar.
Atlantique nos conduz inicialmente por um romance proibido entre adolescentes e tem sua primeira grande virada ao revelar que Souleiman e outros amigos que trabalhavam com ele na construção de um prédio entraram em um barco com destino à Espanha. A partir daí, a história adquire surpreendentes toques sobrenaturais.
Falado em "wolof”, língua mais comum no Senegal, Atlantique expande aqui a história contada por Mati Diop em seu primeiro trabalho, Atlânticos, um documentário de curta-metragem que ela havia realizado dez anos antes. Em tempo: esta foi a obra indicada para representar o Senegal na disputa do Oscar 2020 na categoria de melhor filme internacional e chegou a figurar entre os dez pré-selecionados pela Academia, no entanto, ao contrário do Globo de Ouro, não ficou entre os cinco finalistas de melhor filme estrangeiro.
O filme está em cartaz em cinemas selecionados e na Netflix Brasil.
Confira o trailer:
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