"O terror necessariamente precisa causar algum choque na pessoa. Pode ser pelo medo, pelo nojo, mas tem que ser algo forte, não pode ser algo morno. Eu acho isso muito legal", brinca o cineasta Flávio Carnielli, de Paulínia, que é um apaixonado pelo gênero. Apesar de garantir que tem um "estômago fraco", este é o gênero que gosta de consumir e produzir, pois sente a necessidade de criar aquele impacto que ele também sente nas obras de outros profissionais. Entre público e crítica, ele vem alcançando resultados marcantes: seus últimos dois curtas-metragens, "Antônia" e "Sugar Dead", foram selecionados para o Festival Internacional de Cine Terror Atacama, no Chile, que acontece entre 9 e 11 de dezembro. E tem mais: são os únicos representantes brasileiros no evento.
Ele explica que apesar de existir um nicho bastante fiel que consome filmes do tipo - do qual faz parte -, é sempre um desafio grande conseguir recursos para produzi-los. "O terror trata de temas sensíveis, pesados, às vezes que são tabu, e precisa ser assim. Ele é terrível, deve ser mesmo. Precisa existir esse diálogo livre", diz. Mas sente orgulho de afirmar que "o cinema brasileiro de terror tem crescido de forma diferenciada, criando outra dimensão" e diversificando as produções nacionais.