Men: Faces do Medo, terror da A24 chega hoje aos cinemas nacionais

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Men: Faces do Medo, terror da A24 chega hoje aos cinemas nacionais


Um toque sem permissão, uma fala que culpabiliza ou alguém que te segue noite adentro. São poucas as mulheres que nunca vivenciaram algo parecido, e “MEN: Faces do Medo” é um filme de terror folclórico que aborda justamente a dificuldade da mulher se sentir totalmente segura na sociedade.

O título não foi traduzido para o lançamento da versão brasileira do filme, mas se trata de uma correspondência simples em inglês: “homem”.


“Me admira que ninguém tenha usado essa palavra como título de um filme ainda”, diz o diretor Alex Garland em entrevista à produtora A24. “É um termo tão fundamental e, ao mesmo tempo, tão simples”.

Após dirigir “Ex-Machina” (2014) e “Aniquilação” (2018), ambos os filmes tendo mulheres em papéis de destaque, Alex Garland traz a história de Harper (Jessie Buckley), uma mulher que busca sossego no interior da Inglaterra após o fim traumático de seu casamento com James (Paapa Essiedu).

Lá, ela é recebida por Geoffrey (Rory Kinnear), um anfitrião dono de uma grande mansão que tenta fazer com que Harper se sinta em casa, mesmo sendo um tanto intrometido.

Tentando superar seus traumas, Harper sai em longas caminhadas pela floresta, visita igrejas e bares e toma longos banho de banheira, mas, apesar das tentativas, algo parece sempre lhe assombrar.

No caso, os homens do filme. Todos interpretados, de forma multivalente, pelo ator inglês Rory Kinnear.

Ao assistir “MEN: Faces do Medo”, percebemos que estamos diante de um folk horror, um subgênero do terror que se passa em ambientes bucólicos, isolados e que traz diversos elementos da religião e da natureza para assustar o espectador.

Um dos personagens, inclusive, é um vigário, que entra para a lista de personas non-gratas de Harper ao longo do filme, ao fazer perguntas invasivas a ela.

“Você pode escolher como contar uma história”, diz o diretor Alex Garland. “Mas eu me sinto na obrigação de pensar nos mínimos detalhes”.


Além de um cenário bem construído, a trilha sonora imersiva é um dos pontos altos do filme. Geoff Barrow e Ben Salisbury combinam música clássica e vocalizações que dão um tom singular ao longa, cujo ritmo é lento e contemplativo, quase sensorial, apesar de possuir uma sequência final inquietante.

Não são raras, por exemplo, cenas sem qualquer fala dos personagens, apenas com Harper caminhando (ou fugindo); takes com os quais o diretor se sente confortável.

“Eu me vejo muito mais como um escritor do que como um diretor”, diz Alex, que escreveu livros como “A Praia”, já adaptado para o cinema no ano 2000. “Mas estranhamente, minhas cenas favoritas são aquelas sem diálogos”.

De fato, não serão as palavras que explicarão o sentido por trás de “MEN: Faces do Medo”. Alex Garland brinca com o roteiro que ele próprio escreveu, muitas vezes confundindo o espectador ao tentar passar uma mensagem, mas o contexto social está lá e parece permear todos os aspectos do longa, desde as atuações até a própria montagem das cenas.

Chega a ser até cansativo tantas situações desconfortáveis sendo expostas, mas, para o diretor, o intuito é justamente esse.

“Esse filme é uma conversa, não um sermão”, diz Alex. “Espero que as pessoas, ao saírem do cinema, se conectem com o filme não apenas de modo intelectual, mas visceral.”

“MEN: Faces do Medo” estreia nesta quinta-feira (8) nos cinemas brasileiros.


Confira o trailer:


Confira o cartaz:

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