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O ator inglês Christopher Lee, no filme Drácula, Vampiro da Noite (1958). |
Temos certeza de que esta irá encontrá-lo com saúde. Faz 125 anos que você nasceu da imaginação daquele irlandês, o Abraham “Bram” Stoker, um escritor que decidiu contar sua história no estilo epistolar, muito na moda na era vitoriana. E foi assim, por meio de cartas escritas por seus personagens, que ficamos sabendo de fatos e sentimentos. Esperto, o Stoker. Ele fisgava leitores com idas e vindas no tempo e espaço, mantendo o suspense e provocando aquele medo que alguém meta os dentes no nosso pescoço quando chegam as sombras da noite. Você, Drácula, nem precisaria aparecer mesmo, para provocar essa sensação de terror à luz de velas no século XIX. Jonathan Harker, o advogado inglês que viaja a trabalho para o Castelo de Drácula, nos Montes Cárpatos, relata a sua caça. Sabemos também que você perseguiu a sonâmbula Lucy Westenra, pelo que conta a amiga Mina Murray, noiva de Jon. Também temos o diário de bordo do capitão do macabro navio que transportaria você e seus caixões para a Inglaterra. E nos envolvemos roendo as unhas.
O que não sabemos: se o Stoker se “inspirou” no verdadeiro Conde Drácula, o sanguinário Vlad III da Valáquia, torturador de invasores de suas terras na Transilvânia. Ou se teve contato com o tratado escrito pelo demonólogo Augustine Calmet em 1791, sobre os boatos sobre vampiros dos Bálcãs. Ou se leu o conto The Vampyre, do médico John William Polidori, de 1819. Fato é que foi o Bram Stoker que apresentou você ao mundo, com o livro que leva seu nome, Drácula, lançado em 1897. Mudamos de século e o cinema se deixou seduzir por você. Quem o representou muito bem foi o ator Bella Lugosi, sabe, no fi lme Drácula de 1931. Capa preta, cabelo puxado em V, olhos estatelados, dentes pontiagudos e sangue escorrendo da boca, você virou estrela. Depois, outro ator, o Christopher Lee, se consagrou com O Vampiro da Noite, de 1958, produção do estúdio inglês Hammer Film Productions.