O Homem de Metal de Falkville - Alabama (EUA)

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Homem de Metal de Falkville - Alabama (EUA)

A cidade de Falkville, no Alabama, deu definitivamente sua contribuição para a variedade incrível de formas conhecidas de supostos alienígenas. Ao longo da história, a Ufologia moderna coleciona relatos de alegados extraterrestres que podem ser tão pequenos como greys de menos de um metro de altura até grandalhões com apenas um olho! Mas naquela cidade nos EUA um suposto alienígena parecia de alumínio ou de estanho. E ficou conhecido como homem de metal de Falkville.

Era 17 de outubro de 1973. Por volta de 22 horas o chefe de polícia Jeffrey Greenhaw recebeu uma ligação. O telefonema mudaria sua vida para sempre. Uma mulher que parecia histérica relatou ter visto um óvni pousar nos arredores da cidade.

Ele estava inclusive de folga naquele dia. Mesmo assim resolveu ir dar uma olhada. Ao chegar ao local indicado pela testemunha, não encontrou absolutamente nada incomum. Ele então pegou uma estrada de cascalho estreita e dirigiu cerca de cem metros antes de ver algo estranho.

“Um terno prateado”

Inicialmente ele presumiu ser uma pessoa, mas a figura parecia se mover de uma maneira muito estranha. Greenhaw se aproximou lentamente da criatura em seu veículo, pensando que poderia ser alguém que precisava de ajuda. A noite estava escura com pouca visibilidade, mas logo o policial perceberia que estava lidando com algo completamente diferente de tudo que já tinha visto. Parado, na frente dele, estava um ser vestindo o que parecia ser um terno prateado, de corpo inteiro.

“Parecia que sua cabeça e pescoço eram meio que feitos juntos … ele era realmente brilhante, algo como esfregar mercúrio em níquel, mas tão liso quanto vidro. Em ângulos diferentes a iluminação era diferente … quando eu o vi parado, no meio da estrada, imediatamente parei o carro e perguntei se ele era estrangeiro, mas nenhum som saiu de sua boca”, descreveu à época o chefe Greenhaw.

Mesmo atônito com a visão, Greenhaw conseguiu pegar sua câmera, uma polaroid, e tirar quatro fotos. A primeira a uma distância de aproximadamente 13 metros. A última a apenas 3 metros. Logo em seguida, o chefe de polícia disse que ligou os faróis e o ser disparou a correr. Fugiu a uma velocidade incrível, muito mais rápido que qualquer humano poderia correr, segundo descreveu Greenhaw.


O alien ou homem de metal ainda circula como um clássico

O caso e sua repercussão custaram o emprego a Greenhaw. Sua vida virou de pernas para o ar após o episódio e não foi realmente para melhor. Isso, segundo os defensores da tese de que o caso foi real, seria uma evidência importante da sinceridade da testemunha.

Até hoje o episódio de Falkville e o suposto alienígena de metal ainda circulam em publicações impressas e digitais como um caso clássico. Mas se acumulam contra ele, desde o princípio, muitas dúvidas e acusações de fraude de quase todos os pesquisadores e ufólogos que se envolveram no levantamento de dados.

Vários sites no mundo ainda afirmam que os “negativos” das fotos teriam sido analisados e testados, o que não é verdade. A câmera tratava-se de uma polaroid, logo não produzia negativos. Aliás esse é um dos aspectos emblemáticos do evento. Por coincidência, os originais foram perdidos num incêndio no trailer onde o policial morava, menos de um mês depois, em 9 de novembro.

Um estudo feito pelos pesquisadores Vicente-Juan Ballester Olmos (Espanha) e o L. Ruiz Noguez (México) identificou pelo menos duas fontes para esta informação. As análises e reproduções que temos atualmente são possíveis graças às foto-reproduções do ufólogo Warren E. York, de Huntsville, que pesquisou o caso e tratou de fotografar os originais antes que fossem destruídos.

Ballester Olmos é responsável pelo FOTOCAT, um banco de dados sistemático de fotos de alegados UFOs com mais de 12.500 casos registrados. Ele e Noguez produziram um extenso artigo analisando todo o contexto das fotos de Falkville. Entre várias outras evidências, o paper reúne também cartas de pesquisadores da organização NICAP, um dos primeiros grupos a investigar o caso.

Jeffrey Greenhaw, então chefe de polícia, indicando onde teria obtido as fotos do alienígena de metal na estrada, em Falkville
Jeffrey Greenhaw, então chefe de polícia, indicando onde teria obtido as fotos do alienígena de metal na estrada, em Falkville.


Um cidadão adulto com uma vestimenta de metal

O NICAP era líder na pesquisa civil sobre óvnis na época, e não era um grupo exatamente orientado pelo ceticismo. O investigador de campo Marion Webb foi designado para estudar o caso assim que foi publicado. Depois de três anos de investigação, concluiu que “a análise revelou que a vestimenta da suposta criatura é uma roupa impermeável, fabricada com materiais retardadores de fogo, e então revestida com cobertura de alumínio”.

Da mesma forma, na opinião de outros investigadores independentes, “a criatura é um ser humano adulto embrulhado em papel alumínio”, esclarecem Olmos e Noguez.

Entre elementos reunidos pelos autores do estudo, estão declarações de outro integrante do Nicap, Jonh Acuff, que afirma que um dos participantes da fraude admitiu participação, mas não teve seu nome revelado pelos pesquisadores propositalmente. Em correspondência trocada com outro pesquisador norte-americano, Richard Heiden, Acuff explicou que “a omissão do nome do confessor no caso Greenhaw foi deliberada. A pessoa em questão é um menor que trabalhou com Greenhaw na farsa e achamos que, por causa de sua idade (17), não deveríamos publicar seu nome. O menino foi quem se vestiu de humanoide”.

Interessante notar que à época as cópias das imagens do extraterrestre metálico de Falkville foram também analisadas pela então famosa organização civil Ground Saucer Watch (GSW), dedicada a avaliar tecnicamente fotos e alegadas provas da visitação extraterrestre. O GSW, em seu relatório, concluiu que as fotografias “representam uma tentativa bem-humorada de forjar uma criatura espacial”.


Pascagoula e pico de relatos pode ter inspirado alienígena de metal em Falkville

Os pesquisadores Ballester Olmos e Noguez concluem em seu estudo que toda a história criada no Alabama pode ter sido inspirada num aumento incomum da divulgação de alegados encontros com humanoides, que teve como ápice justamente o mês de outubro de 1973. Foram nada menos que 36 relatórios em outubro, dos totais 55 daquele ano de 1973.

Para eles, um caso em especial, amplamente divulgado, teria influenciado Falkville e várias outras histórias. Tratou-se de uma suposta abdução em Pascagoula (Mississippi), em 11 de outubro de 1973. Naquela noite, numa quinta-feira, dois trabalhadores do Estaleiro Walker, Charles Hickson, 42, e Calvin Parker, 19, ambos de Gautier, estavam pescando na margem oeste do Rio Pascagoula, quando viram um objeto brilhante em forma de ovo com duas luzes azuis piscantes em sua frente.

Os dois homens relatam que viram uma porta abrir-se e três criaturas com pele cinza e garras, semelhantes às pinças de caranguejos, flutuaram sobre o rio na direção deles. Contra a vontade, os pescadores teriam sido levados à nave e submetidos a exames. Um detalhe curioso é que eles descreveram os movimentos das criaturas como “robóticos”. Embora nenhuma evidência física tenha sido localizada neste caso, o episódio continua sem uma explicação.


Motivação ainda desconhecida

A publicação do relato dos pescadores do Mississípi, com grande cobertura de mídia, parece ter causado uma bola de neve. Em Beavercreek, Ohio, em 16 de outubro, uma pegadinha na rodovia produziria o relato de “três humanoides de pele enrugada cinza-metálico” com antenas nas cabeças. A história também foi parar na TV, mas tratava-se apenas de uma brincadeira de Halloween. A seguir, no Alabama, o “cinza-metálico” parece que virou um belo efeito para a foto noturna.

Até hoje são um mistério, contudo, as razões que teriam levado à produção da farsa do alienígena de metal de Falkville. A participação de Greenhaw na fraude também não é universalmente aceita. É possível que ele apenas tenha tido o azar que estar no local errado, na hora errada.


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