Ópera-rock celebra os 200 anos de Frankenstein em Florianópolis

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Ópera-rock celebra os 200 anos de Frankenstein em Florianópolis


No ano em que o livro do personagem Frankenstein comemora 200 anos, a Camerata Florianópolis lança uma ópera-rock baseada na história. De quarta a sexta-feira (27, 28 e 29), no Teatro Ademir Rosa, em Florianópolis, a orquestra catarinense faz a sua estreia nacional. 

O espetáculo tem regência do maestro Jeferson Della Rocca, direção cênica de Renato Turnes, direção artística e composição de Alberto Heller e produção executiva de Maria Elita Pereira. 

O libreto da ópera-rock “Frankenstein”, foi adaptado a partir da obra homônima de Mary Shelley, e se propõe a resgatar a dimensão trágica e existencial do original – distanciando-se das adaptações cinematográficas que costumam transformar essa profunda e riquíssima história num conto de terror. Nesta ópera, a concepção (tanto do libreto quanto da música) é altamente dramática. Aliás, essa dramaticidade não diminui pelo fato de se tratar de uma ópera-rock.

Nos papéis principais, grandes nomes do canto lírico e do rock nacional como Alírio Netto, que vai interpretar a famosa Criatura; Rodrigo “Gnomo” Matos, que viverá Victor Frankenstein; Carla Domingues, soprano no papel de Elizabeth; Masami Ganev, soprano que interpretará Justine. A parte musical compreende ainda coro masculino, banda e orquestra sinfônica. Ao todo, quase 70 pessoas, que nas últimas semanas ensaiam todos os dias, do início do dia até a noite, estarão envolvidas no espetáculo.

Alírio revelou que o convite para ser o personagem principal surgiu há dois anos, quando Heller iniciou o processo do libreto. “Fiquei muito honrado, pois saí de Santa Catarina há 20 anos, mas sempre admirei o trabalho da orquestra”, diz ele. 

Vocalista do Queen Extravaganza, banda cover oficial do Queen no Brasil, Alírio já foi protagonista de três musicais e já participou de diversas produções de ópera. Para ele, a novidade mesmo é estrelar uma obra inédita com uma música escrita para ele. “É uma obra ousada, atemporal. Essa criatura é um bombardeio de informação. Hoje é muito difícil se expressar de alguma maneira porque você pode ser mal interpretado. Esse monstro é um pouco disso que a gente está passando hoje em dia”, pontua o cantor.



Oportunidade de virar referência 

Embora formalmente o trabalho possa ser enquadrado como um musical, ele se diferencia da tradição dos musicais no estilo, que em geral têm forte influência pop, resultando numa mescla em seu gênero no contexto das produções contemporâneas. “O timbre das guitarras e da percussão se mistura à formação sinfônica, numa escrita mais para Mahler que para Andrew Lloyd Webber – razão pela qual insisto no título ópera-rock ao invés de musical”. 

Os vários temas que se entrelaçam na história continuam atuais, como a relação entre criador e criatura, os limites éticos nas pesquisas científicas, a natureza humana, o sentido da existência, a relatividade do bem e do mal, a negação/superação da morte, o respeito à diferença e à alteridade, a estigmatização e marginalização dos divergentes. A ópera-rock “Frankenstein”, em dois atos e com duas horas de duração, promete ser uma das mais ambiciosas e originais produções da história da Camerata, que completa 25 anos em 2019.

Para Alírio, o fato de não poder se espelhar em outros trabalhos similares, pois a obra é autoral, é bom para o artista. “Você faz parte da criação, você tem a possibilidade de encontrar dentro de você aquilo que vai funcionar para o personagem. Isso vai virar referência para as próximas montagens. Fazer algo dessa magnitude é um privilégio, o Alberto é um gênio”, conclui.

Serviço

O quê: ópera-rock "Frankenstein"
Quando: de 27 a 29/6, 20h
Onde: Teatro Ademir Rosa, CIC, av. Irineu Bornhausen, Agronômica, Florianópolis
Duração: 120 min
Quanto: a partir de R$ 70 – ingressos para o dia 27 estão esgotados. Os ingressos podem ser comprados aqui.
Para mais informações acesse o site oficial.

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