Dica de filme: Jogo Perigoso

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Dica de filme: Jogo Perigoso


Sinopse

Jessie (Carla Gugino) e Gerald (Bruce Greenwood) formam um casal em crise. Para salvar o casamento, eles decidem viajar a uma casa isolada, na intenção de passar um fim de semana romântico. O marido leva algemas e decide prender a esposa a cama. Ela hesita a participar do jogo erótico, mas aceita. No entanto, uma vez presa, o marido sofre um ataque cardíaco e morre. Presa à cama, sem ter a quem pedir socorro, Jessie luta pela sobrevivência, mas quando a madrugada chega suas forças acabam e com isso passa a receber a visita de um cão negro e de uma misteriosa figura conhecida como Homem do Luar que se fortalece dos seus traumas de infância.



Ficha Técnica

Título Original: Gerald´s Games
País: EUA
Gênero: Terror
Duração: 103 min
Idioma: Inglês
Diretor: Mike Flanagan
Roteirista: Jeff Howard
Elenco: Carla Gugino, Bruce Greenwood, Henry Thomas, Carel Struycken, Natalie Roers, Tom Glynn, Stu Cookson
Classificação Indicativa: 18 anos.


Curiosidades

- Baseado no livro Gerald´s Game de Stephen King do gênero terror, publicado em 1992. O livro foi lançado no Brasil em 2000 pela editora Objetiva. A obra aborda um dos temas mais horrendos: a necrofilia.

- O longa é dirigido por Mike Flanagan, do tenso suspense Hush: A Morte Ouve, do bom terror O Sono da Morte e do ótimo terror O Espelho.

- Um filme original Netflix.

- Chegou no Brasil diretamente na Netflix no final de setembro desse ano.

- O diretor confirmou em seu twitter que a cabeceira da cama de Jogo Perigoso é uma sósia da moldura do espelho de O Espelho e o twitter da CultureCrypt apontou que o livro Midnight Mass, que Jessie usa contra o cachorro, é o livro que Maddie Young, a personagem principal de Hush: A Morte Ouve, estava escrevendo.

- O filme conseguiu 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, um dos principais sites de cinema dos Estados Unidos.


Crítica

Um filme sobre enfrentar os medos ou ser aprisionado por eles!

2017 foi o ano das obras de Stephen King ganharem vida no cinema e na TV. Contudo, quantidade não é sinônimo de qualidade. Na TV, a série O Nevoeiro foi cancelada pela Spike após uma fraca primeira temporada e Mr. Mercedes, que apesar dos elogios iniciais, não vem atraindo o público. Já no cinema, A Torre Negra foi um fiasco de crítica e público e o que salvou foi o bom It: A Coisa, que se tornou o filme de terror mais lucrativo de todos os tempos. Enquanto isso, sem fazer barulho, a Netflix lançou Jogo Perigoso (Gerald’s Game), adaptação do romance publicado em 1992, e na nossa opinião já é um dos melhores filmes produzidos pela Netflix.

O diretor Mike Flanagan já tinha demonstrado um ótimo trabalho em filmes como O Sono da Morte, O Espelho, Hush- A Morte Ouve e aqui apresenta um trabalho ainda melhor que em seus filmes anteriores, o gênero terror parece ser mesmo sua especialidade. Carla Gugino (Do péssimo ‘Terremoto – A Falha de San Andreas’) e Bruce Greenwood (‘Star Trek’) aqui estão com uma boa química na tela e apresentam ótimas atuações.

Nós ficamos angustiados a maior parte do tempo graças a intensidade das atuações dos atores principais, principalmente de Carla Gugino, se a indústria de Hollywood não ignorasse as produções da Netflix com certeza ela ganharia uma indicação ao Oscar na categoria de melhor atriz na cerimônia do ano que vem por esse filme,  nos sentimos presos com ela na cama durante todo o tempo, é impossível não embarcar na narrativa proposta pela obra, nos sentimos como ela e tentamos pensar em situações para sair dessa enrascada.

Conforme o tempo vai passando vai reduzindo as chances dela permanecer viva naquela cama e então somos fisgados por uma tensão cada vez mais crescente, que nos fará viajar por seus traumas de infância, pois para matar o tédio e ganhar forças e motivação, ela começa a relembrar situações que ela enfrentou na infância e a traumatizaram, quando a madrugada chega a situação fica ainda mais assustadora, a escuridão toma conta do ambiente e criaturas como um cão negro e o Homem do Luar, um ser que se esconde nas cortinas da casa, assumem o controle da situação. Ficamos ao ponto de não conseguirmos mais entender o que é real e o que é imaginação dela, somos embarcados em um grande pesadelo sem fim junto com ela.

Destaque também para a excelente fotografia, incluindo belíssimas paisagens tomadas pela cor vermelha e pela cor negra, aprofundando a sensação de pesadelo que nunca acaba vista na obra. A obra também aborda temas bem polêmicos e muito pesados como pedofilia, necrofilia, machismo, misoginia, podendo chocar os desavisados.

No final, o que achei que iria ser um tédio (um filme em que a mulher passa todo o tempo presa na cama) acabou sendo uma obra prima, só não merece excelente por causa do seu encerramento deveras apressado, mas adaptar uma obra dessas de forma fiel ao livro e deixando poucas coisas de lado não deve ser tarefa fácil.

Cotação: **** (Ótimo)


Trailer

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