Turma da Mônica entra no universo do terror em Papa-Capim: Noite Branca

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Turma da Mônica entra no universo do terror em Papa-Capim: Noite Branca


Você conhece Papa-Capim, o índio criado por Maurício de Sousa presente em diversas histórias dos gibis da Turma da Mônica. Agora se prepare para conhecer ‘Noite Branca’, a primeira graphic novel do personagem, que chegou ao mercado em abril desse ano.

O selo de graphic novels da Maurício de Sousa Produções já tem um catálogo vasto; começou em 2013, com ‘Turma da Mônica – Laços’. ‘Papa Capim – Noite Branca’, entretanto, é o primeiro título de terror da franquia. O gênero é especialidade de Marcela Godoy, responsável pelo roteiro da história.

Quando recebi o telefonema do Sidney Gusman (editor da MSP) foi como ganhar o golden ticket do Willy Wonka! (risos) E foi gratificante trabalhar com um personagem como Papa-Capim, que era bastante improvável. Como juntar índios com terror? Minha primeira reflexão foi entender o que causaria tamanho terror a um índio, mas logo isso ficou claro: o homem branco, o colonizador. Li um texto escrito por Davi Kopenawa Yanomami (escritor e ativista indígena) no qual ele conta como foi a primeira vez que viu um homem branco. Ele o descreve como um monstro, um demônio. O título da história é uma brincadeira justamente com essa visão”, conta Marcela.

Já as ilustrações ficaram a cargo de Renato Guedes. Um dos diferenciais de ‘Noite Branca’ foi que a maior parte do processo foi feita digitalmente. “Comecei no papel, porque sempre trabalhei manualmente, mas de fato foi a primeira vez que fiz a maior parte no meio digital. Isso ajuda a ganhar tempo, afinal scanear imagens A3 é complicado (risos). A finalização sempre ocorre digitalmente de qualquer forma, e hoje existem ferramentas que simulam muito bem o traço manual”, comenta Renato.

O que a Maurício de Sousa Produções não sabia era que, ao unir Marcela e Renato, estavam realizando um sonho antigo: a dupla se conhece e é amiga de longa data. “Considero o Renato como um irmão mais novo; somos amigos há anos, inclusive foi ele quem me apresentou meu marido (risos)! A gente se conheceu em 2003, quando publiquei meu primeiro livro. No mesmo ano eu conversei com ele sobre outra obra que queria publicar, o ‘Fractal’, mas ele estava com a agenda lotada de trabalho na época, então nunca conseguíamos conciliar tempo para começar essa história. Publiquei o livro em 2009 sem ele, mas a vontade estava ali, guardada. Quando o Sidney entrou em contato comigo e falou que quem faria as ilustrações era o Renato, eu tive certeza que ia dar certo. Nossa amizade permitiu uma liberdade criativa, ao mesmo tempo em que um grande respeito pelo trabalho um do outro. Olho o álbum pronto com carinho, arte e texto estão integrados, tem amor ali”, relembra Marcela.

Os dois, assim como muitos de nós, foram leitores de Maurício de Sousa na infância e adolescência. “Minha primeira leitura completa foi uma revista do Maurício de Sousa. Acho que todo brasileiro tem essa memória afetiva”, diz Renato. Marcela tem um personagem favorito: o pequeno dinossauro Horácio. “Esse ar meio nostálgico, meio gótico dele, combina comigo (risos)”. E complementa: “escrever para a Maurício de Sousa Produções foi uma experiência transformadora e com certeza a história da minha carreira vai se dividir entre antes e depois de ‘Noite Branca’”.


Sinopse

Papa-Capim – Noite Branca mostra Papa-Capim e Cafuné, um pouco mais velhos do que estamos acostumados a ver nas revistas tradicionais da Turma da Mônica, enfrentando o maior desafio de suas ainda jovens vidas de guerreiro. Um terrível mal ameaça a aldeia e a tribo deve se preparar para a guerra e somente o Pajé conhece as coisas que os índios mais jovens nem desconfiam.

Com referências ao poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, e homenageando personagens pouco conhecidos do folclore brasileiro.


Confira algumas ilustrações:


Fonte: Fnac

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