Fantasmas resistem aos tempos modernos em Tóquio

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Fantasmas resistem aos tempos modernos em Tóquio


Tóquio é muito mais do que a capital dos robôs, a moderna capital japonesa teme assombrações ancestrais que já perturbaram até o primeiro-ministro.

Para todos os efeitos, Junichiro Koizumi, primeiro-ministro do Japão, mudou-se da residência oficial, um casarão construído há mais de setenta anos, em busca de um ambiente mais moderno e adequado à imagem de renovação que pretende empreender a seu governo. Mas, para o povo, Koizumi mudou-se mesmo com o objetivo de escapar das assombrações da mansão original. Há dois anos, um antigo morador, o então primeiro-ministro Yoshiro Mori, declarou que ouvia ruídos estranhos à noite e que as portas e janelas se abriam sem que ninguém as tocasse. Os jornais populares no Japão especulavam se a nova residência oficial, que é à prova de terremotos e demorou seis anos para ficar pronta, seria imune a fantasmas.


O medo das almas, especialmente as que pertenceram a pessoas mortas em circunstâncias violentas, é um traço presente nas mais variadas culturas. O que chama a atenção no Japão é o fato de esse traço cultural ter atravessado incólume os séculos, resistido a toda modernização e chegado com vigor ao século XXI. No passado, fantasmas famosos no Japão, como o do marido assassinado que vem atormentar a esposa infiel, foram motivo para artistas. O mais produtivo deles, Shunkosai Hokuei, pintou uma série memorável de cenas de inspiração fantasmagórica. O curioso é que alguns dos seres do outro mundo pintados por Hokuei há quase 200 anos se parecem muito com as imagens modernas de fantasmas: são seres que flutuam no ar como balões se desinflando. Os estudiosos do fenômeno estranham especialmente o fato de essas crendices terem tantos adeptos numa sociedade que valoriza como poucas a matemática, a ciência e a alta tecnologia. "O exorcismo se tornou uma indústria multibilionária no Japão", diz uma reportagem do jornal americano Los Angeles Times. As pessoas que se anunciam com poderes para exorcizar fantasmas prestam serviços para empresas de porte e são famosas como os jogadores de futebol e artistas de televisão. Eles cobram de 400 dólares a 160.000 dólares para espantar os maus espíritos.

Já existe até a exploração turística do fenômeno. Há uma "alta estação" para quem quer ver fantasmas. Ela ocorre em agosto, quando se acredita que os espíritos dos ancestrais voltem à terra para sua visita anual. Para aplacarem a ira das almas mais atormentadas, os japoneses fazem oferendas de alimentos, objetos e até mesmo dinheiro.

Fonte: Veja


Selecionamos dois curtas de terror que se passam em Tóquio:


O Conto da Caixa de Música Amaldiçoada

Uma aluna de piano vai visitar seu professor em casa, e juntos eles tomam chá e conversam alegremente. Até que o velho professor mostra para a moça uma antiga caixinha de música...




O Conto do Espelho Assombrado

Dois jovens encontram-se na quadra de sua antiga escola para relembrarem os velhos tempos. Tudo vai bem, até que eles resolvem  fazer algo que não tiveram coragem antigamente, entrar no depósito da quadra para confrontarem um antigo espelho, tido em seus tempos de colégio como “assombrado”.

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