Sergipe possui uma vasta riqueza, desde as belas praias até a fama nacional como a capital do forró, além das comidas típicas e regionais que presenteiam o paladar de nativos e turistas.
Além de todas essas riquezas, os sergipanos também são dotados de uma grande diversidade cultural, entre a qual se encontram crendices cuja disseminação elevou-as a lendas, urbanas ou rurais. Confira algumas dessas histórias de arrepiar:
O Lobisomem do sertão
Há uma lenda no sertão sergipano, mais precisamente nos municípios de Nossa Senhora da Glória, Canindé e Gararu, de um certo homem que se transformava em lobisomem durante a lua cheia. A lenda ganhou força durante as décadas de 70 e 80, quando foram relatadas pelos moradores aparições de um “cachorro selvagem” muito maior do que qualquer outro jamais avistado e que se movia rapidamente por meio das estradas de terra batida.
As aparições circulavam nos rincões do sertão sergipano e, no município de Itabi, uma moradora da cidade, Maria Miriam, disse que, ainda criança, tinha avistado a fera. “Eu vi aquele cachorro preto todo peludo, ele era enorme, rosnava e o cheiro dele era como enxofre. Tive medo e corri para dentro de casa, assombrada, meus pais sairam na porta bem na hora e contei para eles, que fecharam a porta rapidamente, porém quando olhei para o outro lado da rua o bicho não estava mais”, disse Miriam.
As aparições diminuíram com o passar dos anos, porém a lenda se mantém viva no imaginário de muitos.
Os assassinatos no Hotel Brisa Mar
A Orla da Atalaia, na zona sul de Aracaju, une a beleza natural de seus coqueiros a lindo céu e à imensidão do mar. Mas até este ano, havia por lá um prédio que não combinava com tanta beleza. Em 1986, no primeiro mandato do ex-governador de Sergipe João Alves Filho, iniciava-se uma obra que nunca foi concluída e que anos depois seria palco de uma chacina cercada de lendas, o Hotel Brisa-Mar.
A obra foi paralisada logo de início, por conta de quebras contratuais entre o governo do Estado e a construtora responsável e a construção, praticamente pronta no aspecto estrutural, foi abandonada. Durante duas décadas resistiu à ação do tempo, sendo utilizada como ponto de consumo e tráfico de drogas e de abrigo para pessoas em situação de rua.
No ano de 2016, uma briga entre gangues levou ao assassinato de cinco homens, mobilizando as forças policiais. Equipes da imprensa cercavam a construção para saber o que motivou o crime. A estranha coincidência é que, uma semana antes, alguns moradores da região que passavam pelas ruas ao redor do hotel inacabado relataram ter se sentido mal, com náuseas e dores de cabeça. Houve também quem jurasse ter visto uma figura estranha e e fantasmagórica nas sombras das lajes da construção.
Após a chacina, outros relatos de moradores da área que passavam pelo local, principalmente pela madrugada, disseram ter visto figuras que pareciam com homens se escondendo entre os blocos e correndo rapidamente de um lado para o outro, como se tentassem escapar de algo ou alguém, o que rapidamente foi associado aos que foram mortos no local.
A lenda do sangrador
A lenda é conhecida pelos moradores do povoado Lagoa Redonda, que fica a 20 km da sede do município de Pirambu (SE). Segundo os mais velhos, um enorme peixe conhecido como "sangrador" habita as águas de um açude da região e que, certa feita, teria engolido vorazmente um enorme pote com o qual uma das moradoras do povoado recolhia água para seus afazeres.
Por conta da história, a comunidade evita o local durante o “período das trovoadas”, pois é sempre o de maior perigo, nessa época o temeroso morador do açude costuma fazer suas aparições.
A Loira do Augusto Franco
O Conjunto Augusto Franco, em Aracaju, foi edificado no início dos anos 80, período em que a região começava a ter maior densidade populacional. Em meados da década, surgiu a lenda urbana sobre uma loira vestida de branco que vagava à noite. A história ganhou força e versões.
Em uma delas, a "loira do Augusto Franco" pediu carona para um taxista e, ao chegar ao destino, a moça sumiu misteriosamente.
Em busca de respostas, o taxista perguntou sobre a mulher na casa que ela tinha apontado antes do desaparecimento. A moradora - bem viva - contou que a suposta loira se tratava de uma antiga residente que tinha falecido há alguns anos.
Outra versão diz que a loira aparecia com algodão no nariz, além do vestido branco, e que teria surgido do nada na garupa de uma moto. O susto foi tão grande que o motociclista caiu.
Os fantasmas da Aperipê
Fechando com chave de ouro, uma lenda da Tv Aperipê, afiliada à TV Cultura em Sergipe. A história envolve duas figuras icônicas da emissora - o jornalista e radialista Cleomar Brandi e a cantora Clemilda. Há quem diga que os espíritos de ambos aparecem andando de um lado para o outro pelos corredores da antiga rádio Aperipê AM/FM e do prédio da emissora.
Os relatos partem, em geral, de funcionários mais antigos da casa, que dizem presenciar as aparições em finais de semana, quando o fluxo de pessoas é menor, já que a maioria dos profissionais de imprensa e técnicos está de folga.
Criança da ponte na cidade de Estância
Esta é uma lenda passada entre gerações. A história conta que uma criança aparece a noite debaixo da ponte de uma fábrica localizada na cidade. Não sabem ao certo se é um menino ou menina, o único aspecto físico que conseguem notar são seus olhos brilhantes que parecem uma fogueira acesa. Seu aparecimento vem acompanhado de um choro inocente que atrai a atenção de curiosos.
Não se sabe mais informações sobre a tal criança e faz muito tempo que ela não é avistada pelos moradores. É uma lenda antiga que se tornou parte do folclore da cidade. A história é tão curiosa que já foi citada em um programa jornalístico do estado, o SETV 2, na reportagem o jornal buscou falar com pessoas que tinham familiaridade com a lenda e formulou algumas especulações sobre o caso. Acredita-se que a criança se trata de um espírito relacionado aos festejos juninos que acontecem no mês de junho. A cidade é famosa pela festa contendo muitos fogos e fogueiras, deixando a cidade bastante iluminada e por esse motivo, a criança teria olhos tão brilhantes.
O Mistério de Ilha Grande
Ilha Grande é uma ilha situada no município de São Cristóvão. Habitada por uma pequena comunidade, a região é popular pela sua festa do samba de coco pela sua vasta quantidade de coqueiros. O mistério que assombra a ilha há décadas é sobre a lenda de uma mulher de cabelos compridos que assusta crianças a noite.
Suas aparições assustam os moradores da pequena ilha e segundo a lenda, ela se esconde no topo dos coqueiros e vaga a mata assustando crianças com seus cabelos longos, vívidos e pretos.
Começou como lenda, mas adiante foi provada como verdadeira. A história conta que um homem misterioso que morava nos arredores da cidade de Indiaroba realizava assaltos a noite. Ele ameaçava suas vítimas com uma seringa, que segundo relatos, o homem afirmava conter seu sangue infectado pelo vírus HIV.
Esse tipo de história não é novidade, casos similares já foram registrados em outras cidades brasileiras, espantando as pessoas com os relatos. Porém, este caso em Sergipe se tornou lenda por acontecer em uma cidade pequena do interior e por nunca terem avistado o tal homem da seringa.
Mas o que era uma lenda acabou sendo comprovado como verdadeiro. O jornal F5 News, em 2011, publicou a notícia que o maníaco tinha sido identificado e preso pela polícia. De acordo com as informações, o suspeito era um homem de 32 anos que tinha histórico de assaltos em outra cidade do estado, Itaporanga. O maníaco da seringa foi preso devido uma mobilização dos moradores que começaram uma busca coletiva na tentativa de caçá-lo.
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