O turismo de terror tem ganhado força ao redor do mundo entre os viajantes que não têm medo de visitar lugares com histórias macabras e obscuras.
As Catacumbas de Paris, na França, a Ilha das Bonecas, no México, e a Estrada da Morte, na Bolívia, são alguns dos destinos muito procurados pelos apaixonados por terror.
O Brasil também é campeão de lugares turísticos com ares sobrenaturais. O escritor de literatura do horror M. R. Terci montou uma lista com alguns destes destinos. Confira:
10. Assombração do Cemitério dos Caboclos – Maringá, Paraná
O cemitério em questão foi abandonado, há muitos anos, pela municipalidade local, de forma que observadas as devidas precauções, convém não se dirigir ao local sozinho. Os restos mortais de mestiços e índios foram sepultados no local até 1950.
Comumente oferendas e outros rituais de religiões afro-brasileiras são encontrados sobre as lápides em péssimo estado, o que denota frequência noturna, portanto, cautela. Em princípio, é mais frutífero entrevistar os moradores da circunvizinhança.
Os relatos falam de aparições, batuques e outros sons inexplicáveis, bem como uma estranha chuva de pedras – mineral – que vem atingindo todos os telhados dessa comunidade há muitos anos.
9. Edifício Joelma – São Paulo
Cenário de uma das maiores tragédias paulistanas. Em 1º de fevereiro de 1974, um incêndio ceifou a vida de 191 pessoas, deixando outras 300 gravemente queimadas. As histórias macabras do local, com todas as suas assombrações e mitos, no entanto, remetem a antes do incêndio.
Anos antes, um professor chamado Paulo Camargo assassinou sua mãe e suas irmãs, suicidando-se depois em um dos apartamentos do edifício. O investigante espectral atento, certamente perceberá que as assombrações relatadas vão além do incêndio e do múltiplo assassinato.
A palavra para o local, dessa forma deixa de ser assombrado e toma contornos de amaldiçoado. Até o final do século XIX, o local onde construíram o edifício Joelma, abrigava um pelourinho que segundo consta dos anais judiciosos da Província de São Paulo, foi regado com muito, muito sangue de criminosos.
8. Assombração da Praia dos Padres – Guarapari, Espírito Santo
Vultos estranhos e vozes advindas do além-túmulo e um estranho episódio de exorcismo são a razão da alcunha. Mesmo os turistas desavisados relatam rumores de múltiplas vozes ouvidas na praia deserta.
Avistamento de sombras e fantasmas dos nativos são comuns. Não é permitido acampar na praia e a permanência de transeuntes durante a noite tem sido reprimida pelas autoridades locais. Ao pesquisador, recomendo cautela no trato com os moradores locais que são muito reticentes e demonstram certo pavor de falar sobre o assunto.
7. Castelinho do Flamengo – Rio de Janeiro
Idealizado em 1916, é mais uma construção carioca que tem muita história para contar. O atraente prédio se tornou a moradia de Avelino Fernandes, sua esposa Dona Rosalina Feu Fernandes e a sua filha Maria de Lourdes Feu Fernandes. Tudo indica que o casal Fernandes morreu em 1932, atropelados em frente à residência.
Maria de Lourdes passou a ser criada por um tutor que a roubou e maltratou, deixando-a presa na torre principal da construção.
Além dessa história de crime, crueldade e do assombro que o Castelinho causa em contraste com os outros prédios da região, o pesquisador atento poderá, esquivando-se dos moradores de rua da circunvizinhança, constatar que após a morte de Maria, seu fantasma voltou para assombrar o lugar em busca de vingança.
Seu atormentado espírito, muitas vezes, é avistado junto às janelas baças e empoeiradas. Qualquer que seja sua vedeta, convém, entretanto, não permanecer muito tempo no local.
6. Fantasma de Bento Gonçalves – Triunfo, Rio Grande do Sul
A casa onde nasceu Bento Gonçalves em 1788 sempre foi cercada de mistérios e estranhos avistamentos.
Após ser tombada como patrimônio histórico, tornou-se o Museu Farroupilha, onde o epicurista do macabro pode examinar todo tipo de artefato da Guerra dos Farrapos, incluindo, garruchas, revolveres, sabres, espadins e uniformes manchados de sangue.
Muitas pessoas da cidade relatam que, à noite, os fantasmas dos combatentes mortos, incluindo o próprio Bento, andam pelos corredores.
5. Mercado Modelo – Salvador, Bahia
Famoso em todo Brasil por seu histórico de comércio, com mais de 250 lojas, grande variedade de artigos de artesanato, lembranças e restaurantes, é também conhecido por ser cenário de horripilantes narrativas.
O investigador do oculto que se prestar a consultar qualquer um dos lojistas do Mercado, vai ouvir sobre seus túneis assombrados. A história oficial diz que os túneis que servem dispensa de bebidas e adega, antigamente tinham outra função.
Os escravos que vinham da África eram ali trancafiados e muitos entre estes nunca mais viram a luz do dia.
Há ainda gente que se perdeu por ali e nunca mais foi vista. O escrutinador do fantasmagórico nunca deve descer aos túneis sozinho.
4. O fantasma de Lampião – Mossoró, Rio Grande do Norte
Em 1927 a cidade de Mossoró vivia um período de expansionismo comercial e industrial. Mas a riqueza que circulava na cidade despertou a cobiça do mais famoso cangaceiro do Brasil.
Após dias de sítio à cidade, combates acirrados e custosas perdas, o cangaceiro e seu bando foram afugentados.
Para alguns moradores da região, o lendário cangaceiro jamais aceitou essa derrota e, de tempos em tempos, o bando fantasmagórico, tendo Virgulino Ferreira da Silva à sua vanguarda, é avistado cavalgando em redor dos limites do município, fazendo cerco, notadamente delimitado pelas nuvens de poeira que surgem sem que brisa alguma sopre.
3. Penitenciária de Cariri – Juazeiro do Norte, Ceará
Dizem que as penas devem ser justas e adequadas ao crime. Mas e quando a punição se alonga para além da vida? Os detentos de Cariri, relatam que durante a noite é comum se ouvir lamentos e choro, gritos e vociferações enraivecidas nos corredores entre os blocos, muitas vezes, até mesmo dentro das celas.
Houve quem, em meio a toda essa angústia e pavor, vivenciados comumente por todos os presos, desse cabo da própria vida por não suportar o medo. Não recomendado nem aos mais experientes estudiosos do paranormal.
Palco do descaso das autoridades, o lugar foi criado pelo governo estadual, em 1903, para oferecer assistência aos alienados. Milhares de vítimas travestidas de pacientes psiquiátricos, sucumbiram de fome, frio, diarreia, pneumonia, maus-tratos, abandono e tortura.
Para lá eram enviados desafetos, homossexuais, militantes políticos, mães solteiras, alcoolistas, mendigos, pessoas sem documentos e todos os tipos de indesejados, inclusive, doentes mentais.
Em média, 16 pessoas morriam por dia e seus corpos eram vendidos ou decompostos em ácido para viabilizar o comércio das ossadas com faculdades de medicina.
Nos anos 1980, após a reforma antimanicomial o local passou a abrigar apenas 160 pacientes. Pacientes e funcionários da instituição dizem ouvir choro, gritos e pancadas nas paredes de celas vazias em uma ala desativada há muitos anos.
1. Barco Fantasma – Baía de Chacororé, Pantanal, Mato Grosso
Os moradores das comunidades ribeirinhas contam que no final do século XIX, um barco afundou no pantanal mato-grossense e todos os seus tripulantes e passageiros morreram afogados.
Desde o ocorrido, o valente que montar vigília em noite de lua cheia na Baía de Chacororé, poderá observar, na maré vazante, o barco ressurgindo do fundo das águas lamacentas, fantasmagoricamente estivada, rangendo em uníssono com os risos e vozerio da tripulação até desaparecer, subitamente, sem deixar vestígios nas noites de lua cheia.
Bônus
Ruínas do Leprosário na Praia do Forte, São Francisco do Sul- SC
A Praia do Forte, no Balneário de Capri é muito bela, porém ela esconde as ruínas de um leprosário que abrigava leprosos de todos os cantos do país, construído durante o reinado de D. Pedro II.
Eles eram isolados e viviam em condições sub-humanas. Como vingança, prometiam assolar a população local depois de mortos. E a maldição foi concretizada: as colunas remanescentes do antigo sanatório escondem aparições inexplicáveis de espectros humanos, os quais murmuram, lamentam e pedem ajuda. Isso sem falar no mal estar físico provocado em quem visita o local, como enjoos e dores de cabeça que desaparecem após os visitantes irem embora.
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