Dica de filme: O Rastro

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Dica de filme: O Rastro

Sinopse

João (Rafael Cardoso) é o médico escolhido para coordenar a remoção de pacientes de um antigo hospital prestes a ser desativado. Na noite da transferência, uma menina de 10 anos desaparece sem deixar vestígios. Quanto mais João se aproxima da verdade, mais ele mergulha em um universo obscuro, que nunca deveria ser revelado.


Ficha Técnica

Direção: J. C. Feyer
Elenco: Rafael Cardoso, Leandra Leal, Natália Guedes , Cláudia Abreu, Domingos Montagner, etc..
Gênero: Suspense e Terror
Nacionalidade: Brasil e EUA
Duração: 110 min
Ano; 2017
Classificação Indicativa: 14 anos


Curiosidades

As filmagens foram feitas em um hospital real do Rio de Janeiro. Trata-se do Hospital Beneficência Portuguesa, construído no século 19, localizado no bairro da Glória, no Rio de Janeiro.

“O Rastro” é o segundo longa da produtora Lupa Filmes. O primeiro foi a comédia romântica “Mato Sem Cachorro”.

O filme levou 8 anos para finalmente chegar aos cinemas. Captar recursos e amadurecer o roteiro foram alguns dos embates enfrentados pela equipe.

A princípio a história se passaria em uma casa isolada em alguma colina do país, mas como a própria equipe definiu “seria muito americano”, portanto mudaram.

O Iluminado, Os Outros, O Orfanato, O Babadook e O Sexto Sentido foram algumas das referências usadas pelos criadores, que escolheram desenvolver o filme como um terror psicológico. Segundo a produtora, Malu Miranda, os suspenses de David Fincher também exerceram grande influência no processo de criação.

Em uma cena especifica do filme, uma porta se abriu sozinha e apesar do acontecimento não ter sido premeditado pelo roteiro, a equipe resolveu seguir com a gravação e introduzir uma justificativa na pós produção.

- Durante uma gravação noturna, o diretor JC Feyer havia esquecido algumas anotações no andar de cima do hospital, ao chegar lá para buscá-las as luzes se apagaram misteriosamente.

Infelizmente o filme ainda não conseguiu obter todo o dinheiro gasto durante a produção, portanto o sucesso nas bilheterias é extremamente importante.


Crítica

Terror verde e amarelo com toques de azul

O brasileiro só assiste filme nacional se for de comédia. A produtora Lupa Filmes é um bom atestado desta verdade. Em 2009, ela deu início, simultaneamente, a dois projetos: a comédia romântica "Mato Sem Cachorro" (2013) e o suspense/terror "O Rastro". O primeiro chegou às telas quatro anos depois e foi um sucesso com mais de um milhão de espectadores. Já o segundo, levou o dobro do tempo para ser finalizado, custou mais e agora afunda nas bilheterias.

O cinema brasileiro pode ser uma porcaria quando o assunto é filmes de comédia, porém no resto está cada vez melhor, deixe o preconceito de lado e dê uma chance a este filme, quando estava na fila do cinema vi muitas pessoas que desistiram de assistir pelo simples fato de ser terror brasileiro. Esse pré julgamento, essa mania de inferiorizar o Brasil precisa acabar, aposto que muitos que desistiram de ver o filme devem ter elogiado as piores porcarias produzidas pelo cinema de outros países.

Entre os pontos positivos, o melhor deles sem dúvida são os efeitos especiais, a excelente fotografia é de cair o queixo, o nível de detalhamento das cenas consegue criar um ambiente claustrofóbico de arrepiar, embora os sustos sejam fracos, só a recriação do ambiente consegue gerar um clima de tensão digna das maiores produções de terror, é como se tudo fosse um grande pesadelo sem fim, você se sente em um trem fantasma esperando levar sustos, mesmo eles sendo fracos o percurso vale a pena.

De ponto negativo podemos citar os exagerados efeitos sonoros, em alguns casos até podem assustar os mais desavisados, porém na maior parte do filme acabam sendo apenas irrelevantes, essa necessidade de tentar assustar toda hora acaba cansando facilmente o telespectador e isso deixa em algumas cenas o filme mais irritante que assustador, o exagero é tanto que, acredite, em uma das cenas a produção tenta assustar com torradas saindo rapidamente de uma torradeira.

O filme não é apenas uma história de terror intrigante, como também é uma excelente crítica a política nacional, o enredo desse filme é enraizado em nosso dia a dia, não tem nada de cópia dos filmes de outros países, podem até ter copiado algumas coisas, porém foi tudo na área técnica e não no enredo, esse filme só funcionaria no Brasil.

O roteiro é muito atual, inteligente e criativo, ele desemboca em um encerramento pra lá de emocionante. Confesso que quando subiu os créditos finais me emocionei também ao ver a evolução do cinema de terror nacional, é uma pena que só tinha meia dúzia de pessoas na sala de cinema para apreciar essa obra pra lá de relevante nos dias atuais. Aposto que se o filme se chamasse The Trail, a sala estaria lotada.

Cotação: *** (Bom)


Trailer


Bônus

Assista o prólogo do filme:

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