“Bates Motel” já vem com seu segredo revelado. Baseada no clássico do suspense “Psicose”, de Alfred Hitchcock (1899-1980), a série conta o passado de Norman Bates, vivido por Anthony Perkins no filme de 1960. Se você assistiu ao longa, sabe que “Psicose” é um título que descreve a personalidade de seu protagonista, obcecado pela mãe. Na série, enquanto os dois primeiros anos mostram a relação doentia de Norman, papel de Freddie Highmore, com Norma, interpretada por Vera Farmiga, a terceira temporada, que chegou no canal Universal no último dia 2 de julho, se volta, agora, para o mundo interior do personagem.
O elo entre mãe e filho ganha contornos ainda mais complicados por causa de uma série de assassinatos mal explicados – incluindo o do pai de Norman – e pela mudança de ambos para uma cidadezinha no Meio-Oeste norte-americano, cheia de segredos sórdidos. O garoto problemático ficará sabendo que foi ele quem matou seu genitor e botará as manguinhas de fora.
“Ele é um serial killer, mas não vai matar todo o mundo. Será seletivo”, diz Highmore em entrevista em Vancouver, no Canadá, onde a série foi filmada. Ele conta que o personagem se tornará mais manipulador e assumirá o controle da relação com a mãe, se fundindo à personalidade materna, a ponto de usar uma peruca e suas roupas – aliás, é vestido assim que o personagem de Anthony Perkins ataca suas vítimas no filme de Hitchcock.
A relação edipiana, do filho que mata o pai e se une à mãe, ficará mais explícita ao longo da nova temporada, com Norman e Norma dormindo na mesma cama e com uma cena de beijo que causou polêmica nos Estados Unidos, onde o terceiro ano foi exibido entre março e maio deste ano. “O espectador vai ver cenas de extremo carinho que causam desconforto. Depois, assistirá ao afastamento e a quase traição entre eles”, conta Farmiga. “Norma vai caminhar entre o medo e o instinto de super proteção. Minha tarefa é apresentar uma mãe que quer fazer o melhor para sua cria. Eu a entendo: seria capaz de matar pelos meus filhos”, diz a atriz.
Sua personagem, aliás, não se contentará com um relacionamento incestuoso só. A nova temporada se desdobra em tramas que se cruzam nessa mesma seara do incesto e também dará destaque ao vínculo dúbio de Norma com Dylan Massett, vivido por Max Thieriot, meio-irmão de Norman. E, para completar, há o triângulo perverso entre Norma, Dylan e Caleb, papel de Kenny Johnson, que surge no segundo ano esporadicamente para assombrar a família – irmão de Norma, ele a estuprou e é o pai de Dylan. Agora, ele está de volta em todos os episódios. “O estupro será questionado. Talvez tenha sido, talvez não”, despista Johnson. “A dinâmica familiar é tão sombria que tudo pode acontecer. É uma série insanamente ótima”.
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Fonte: O Tempo
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