Os fantasmas do Castelinho da Rua Apa (São Paulo)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Os fantasmas do Castelinho da Rua Apa (São Paulo)


São Paulo é uma cidade repleta de lugares com fama de mal assombrados cada qual com sua própria história. Um dos lugares com a história mais sombria é a do Castelinho da Rua Apa.


Pouco tempo antes de sua morte, no dia 23 de julho de 1988, ainda se podia ver a velha senhora a cuidar do túmulo do seu antigo amado. Ela era Maria Cândida Cunha Bueno, a Baby, dos seus tempos de jovem que, durante grande parte dos seus 97 anos, caminhou até o cemitério para homenagear a memória do seu namorado, autor para a polícia, e vítima para ela, de um crime batizado pelos jornais de "o crime do castelinho da rua Apa".


Em 1.912 foi construído o Castelinho na Rua Apa, travessa da São João, número 236*, que veio a se tornar a moradia de uma das famílias ricas e tradicionais de São Paulo, os Guimarães dos Reis.


No dia 12/05/1.937, os dos três proprietários (Maria Cândida dos Reis, Armando Guimarães dos Reis e Álvaro Guimarães dos Reis) foram encontrados mortos.


Ninguém sabe o que realmente aconteceu, na noite de 12 maio de 1937, dentro do castelinho até hoje existente, à rua Apa, esquina com avenida São João, bairro de Santa Cecília, São Paulo. Elza Lengfelder, cozinheira da rica família moradora do local, ocupava um anexo da residência, e ao ouvir tiros no interior do castelinho, saiu às ruas para chamar um policial. Ao entrar na casa, o policial viu três corpos estendidos entre o escritório e a sala. Eram os irmãos Álvaro e Armando Reis, e sua mãe, Maria Cândida Guimarães dos Reis. Tratava-se de gente muito importante na cidade; no dia seguinte o caso ganhava as manchetes dos jornais, já sob o título de "o crime da rua Apa". Álvaro, advogado, esportista, de 45 anos, vivia cercado sempre de belas mulheres. De perfil bem mais discreto, Armando César dos Reis, também advogado, morreu aos 43 anos. Dona Maria Cândida dos Reis, de 73 anos, senhora dedicada à prática religiosa, enviuvara há dois meses do médico Vicente César dos Reis.


Sabia-se que Álvaro, depois de uma viagem à Europa, voltara entusiasmado com novos e arriscados projetos na cabeça. Com a família dona de um imóvel na avenida São João, 566, (hoje um prédio de apartamentos), que estava arrendado para o luxuoso 'Cine Broadway', ele sonhava em construir no local um rinque de patinação. Armando se opunha a ideia A polícia encontraria aí uma primeira pista para a sua versão do crime. Os desentendimentos entre os irmão levara Álvaro a matar Armando e a mãe de ambos para suicidar-se em seguida.


Perto dos corpos foi encontrada uma pistola Mauser, calibre 9mm, de fabricação alemã. Registrada em nome de Álvaro, a arma só veio reforçar a hipótese da polícia.


Havia uma circunstância que atrapalhava a tese: Álvaro foi morto com dois tiros, fato pouco comum no caso de suicídio. As investigações posteriores, com a descoberta de promissórias assinadas pôr Álvaro, entretanto, levaram a polícia a dar por concluído o caso, apontando-o definitivamente como o autor dos disparos.


Amigos de Alvaro, no intuito de preservar sua imagem, encarregaram-se de uma versão mais amena. Ele apenas empunhara a arma, talvez, sem mesmo pretender usá-la contra Armando. A apavorada mãe, ao tentar separar os filhos, fizera-o acionar o gatilho, provocando também sua própria morte. Diante da acontecido, Álvaro não teria cogitado de outra alternativa, senão o suicídio.


Para dona Baby, nenhuma das duas hipóteses correspondia aos fatos. Armando, ela tinha certeza, era o verdadeiro vilão da história. Dona Baby morreu defendendo a inocência de Álvaro. Levada para uma casa de repouso, devido a uma fratura na bacia,, ocasionada por queda, ela pediu a um parente que continuasse a cuidar do túmulo de Álvaro, após a sua morte.


Apesar de não ter sido totalmente solucionado, o caso foi dado como encerrado pela polícia, cuja versão não convenceu os vizinhos na época, foi que um dos irmãos atirou no outro e a mãe desesperada, se colocou entre os filhos, sendo baleada. Depois de se dar conta de seus atos, o assassino cometeu suicídio.


Motivo: Segundo a policia de São Paulo, Álvaro queria transformar o Cine Broadway da família num rinque de patinação, ideia que foi contra a de seu irmão, Armando, que não via o negócio com bons olhos
.
O caso foi encerrado, mas não solucionado, porque a policia foi incapaz de descobrir qual dos irmãos seria o assassino. Como é possível um suicídio sem arma do crime? Se foi um crime passional, porque ouve o segundo disparo que atingiu a mãe? Essas questões ficaram sem resposta.


Desde se então, ninguém jamais conseguiu passar a noite no Castelinho da Rua Apa. Aqueles que tentaram, relataram terem ouvido gemidos e correntes, visto aparições e ouvido os disparos que causaram a morte das vítimas, que teriam continuado vagando pelo local.


Seja como for, os portões do número 236 da Rua Apa estão abertos, bem como as portas do Castelinho, e mesmo em noites frias de inverno, os moradores de rua não ousam pernoitar no local.


OBs: A soma dos números 2,3, e 6 é 11, o número da magia e do sobrenatural da numerologia. O castelinho fica numa bifurcação, elemento comum em rituais de magia negra.

E você?  Passaria a noite no Castelinho da Rua Apa?


3 comentários:

Susan Iannace disse...

Eu, Susan Iannace, afirmo a você que o nome do pai de Álvaro e Armando era Virgílio, e não Vicente.
E eu gostaria de saber em que fonte você se baseou sobre os ''amigos de Álvaro'', pois eu, desde 1990, investigo o crime e não soube desse fato.

Para saber a VERDADE:
susaniannace@gmail.com

Unknown disse...

Curiosidade: você já passou uma noite no Castelinho ou teria coragem de pernoitar por lá?

Unknown disse...

Uau