Lendas de Ilhabela-SP

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Lendas de Ilhabela-SP


O arquipélago de Ilhabela é um dos pontos mais bonitos do litoral brasileiro. Com 83% de sua área preservada pelo Parque Estadual de Ilhabela, a cidade abriga a maior reserva de Mata Atlântica do planeta. Sinônimo de flora exuberante e fauna rica em diversidade, a beleza local é completada por suas 42 praias de diferentes estilos e cachoeiras abundantes.

Sua história, rica em lendas de piratas e corsários, é remetida aos engenhos de pinga que existiam no município até o final do século XIX. Hoje, destino turístico consolidado, Ilhabela é reconhecida internacionalmente pelos seus eventos náuticos, como a Semana Internacional de Vela de Ilhabela, maior evento de vela da América Latina.

Para completar a magia, a história da cidade é cercada por lendas, confira algumas:


Lenda da Feiticeira

Na praia da Feiticeira se encontra a Fazenda São Mathias. Dizem os antigos moradores que a proprietária amealhava imensa riqueza, explorando uma taverna que era ponto de encontro de piratas e marinheiros de navios negreiros e mercantes que ali aportavam em busca de provisões e informações.
Um dia, envelhecida, alquebrada temendo ser saqueada, com auxílio de seus escravos, enterrou seu tesouro no local conhecido por Tocas e matou todos eles para evitar que revelassem o segredo.
Conhecida como a feiticeira, enlouqueceu e não foi mais vista.

Praia da Feiticeira- Onde acredita-se estar enterrado o tesouro


Praia da Caveira

Um navio negreiro ao passar atrás da ilha, afundou; todos seus tripulantes, escravos, morreram e seus corpos ficaram a boiar. Um padre que passava de barco por aquele lugar viu os corpos e os enterrou debaixo de uma enorme figueira.
Os moradores da Ilha afirmam que às seis horas da tarde, ao passar perto daquela figueira, ouvem "vozes de defunto".
Na realidade há muitas pedras no local e o vento, entrando e saindo entre as pedras emitem um som "de teclas" como a imitar vozes de outro mundo.

Praia da Caveira- Onde é possível ouvir vozes do além


Lenda da Toca da Serpente

Havia no bairro da Armação, norte da ilha de São Sebastião, uma enorme serpente que atraia os pescadores para sua toca e os matava.
Os moradores dessa praia, aterrorizados com os constantes ataques, pediram a um padre que a "amaldiçoassem". Não sabem se foram a benção do padre e suas orações, mas a serpente enraivecida mordeu a pedra e, deixando nesta o sinal de seus dentes saiu mar a fora. Daí esse local passou a ser conhecido como "Toca da Serpente".

Dizem que a grande serpente vive até hoje


Lenda da Pedra do Sino

Corria o ano de 1647 quando certa noite, o repicar dos sinos despertou a pacata população de Ilhabela. Correram todos em direção aos sinos e, assombrados, viram passar defronte a praia um caixão com quatro (seis) velas. Sobressaltados, puseram-se de joelhos e rezaram enquanto o caixão passava pelo canal, levado pela correnteza, em direção ao sul. Era a imagem do Bom Jesus que foi encontrada em Iguape e até hoje é venerada lá como Bom Jesus da Cana Verde.
Esta lenda tem base histórica. Segundo o historiador Calixto, foi o "vaso", navio de guerra de Segismundo Van Schkope que pôs à pique o navio português que transportava a imagem destinada à igreja de Pernambuco. Este fato se deu em fevereiro de 1647 e a imagem, levada pelas correnteza, chegou em Iguape aos 2 de Dezembro de 1647.
Há referências desta mesma lenda em outras versões no livro de Maria Cecília França, "Pequenos Centros Paulistas de Função Religiosa", e também em "Lendas do Litoral Paulista" de Hipólito do Rêgo.

Pedra do Sino


Lenda da Pedra do Sino II

Na praia chamada Garapocaia encontram-se pedras que, quando batidas, soam como sinos.
A lenda conta que, em tempos passados, no século XVII, ao amanhecer, surgiu uma caravela de piratas que se dirigia à ilha de São Sebastião, enquanto a população ainda dormia. Estavam os piratas prontos para abrir fogo contra a ilha quando ouviram soar sinos despertando o povo que se preparou para receber os inimigos. Nisto surge um guerreiro que tomou o comando e, em pouco tempo, fez o inimigo recuar. Este guerreiro era São Sebastião. Voltou a calma ao povoado e quiseram saber onde estavam os sinos.
Não eram os sinos da Igreja da Armação. Ninguém sabia explicar, a não ser os indígenas que diziam "Garapocaia, Garapocaia" enquanto apontavam para as pedras dessa praia que passaram a chamar-se "Pedras do Sino" e que hoje são atração turística da ilha.
Esta lenda confunde-se, também com a cidade de São Sebastião.

Rochas teriam produzido o barulho do sino fantasma


Lenda do Portinho

Esta lenda, também conhecida como a lenda de Maria Fixi, passa-se em uma fazenda do bairro do Portinho, ao sul da ilha de São Sebastião.
Antigamente, contam, morava nessa praia uma "dona de escravos" que era muito ruim, maltratando-os e surrando-os até arrancar sangue.
Chegou a esse lugar um navio negreiro para vender escravos para a "dona" que se chamava Maria Fixi, e lhe deram de presente uma imagem muito milagrosa de Santo Antonio.
Certo dia os negros fugiram da fazenda levando tudo quanto era "louça de prata". Ela, vendo-se perdida, pediu ao Santo Antonio que se eles voltassem com tudo o que tinham levado prometia não mais lhes bater.
Apareceu então, na mata onde se escondiam os escravos um velhinho com um cordão na mão, que os fez voltar para a Fazenda. Ao chegarem lá Maria Fixi ficou sabendo do velho e nunca mais maltratou seus escravos.

Praia do Portinho


Cachoeira da Água Branca

Esta cachoeira, localizada no bairro da Água Branca, centro da ilha, é muito bonita, principalmente no tempo das chuvas quando suas águas se avolumam, sendo visível até no lado do continente .
Entre dois braços da queda d'água da cachoeira há um buraco bem fundo, onde acreditam morar a MÃE D'ÁGUA OU MÃE DO OURO. Foi aí que, dizem, está enterrada uma "tacha" de ouro.
Todas as noites de luar a Mãe d'Água senta-se nas pedras para pentear os longos cabelos prateados com um pente de ouro.
Contam os antigos moradores que a Mãe d'Água atrai para o fundo da cachoeira os que dali se aproximam para roubar-lhe a riqueza, e eles nunca mais voltam.
Informações de pessoas esclarecidas dizem que a beleza é tanta em noite de luar, que elas se vêem atraídas pela queda d'água. 

A Cachoeira da Água Branca tem 65 m de altura


Fonte: Secretaria de Turismo de Ilhabela

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